300
O milagre dos 300.
O filme conta a história da Batalha das Termópilas em 480 a.C. Os persas sob o comando do rei Xerxes tomaram algumas das cidades-estado helênicas e agora ameaçavam Esparta e Atenas. O rei Leônidas de Esparta então forma um exército de 300 guerreiros espartanos para bloquear a estreita passagem das Termópilas, onde Xerxes pretende alcançar Hellas.
Os 300 espartanos são acompanhados por cerca de 7.000 soldados gregos e, combinados, conseguiram matar dezenas de milhares de persas e impedir sua entrada em Hellas por vários dias. No entanto, Ephialtes, um rejeitado do exército espartano, se vinga mostrando a Xerxes uma passagem secreta que permitiria que seu exército flanqueasse os gregos.
Ao perceberem que foram traídos por Efialtes, o rei Leônidas de Esparta decide segurar a passagem com seus 300 soldados de elite enquanto o resto do exército se retirava para que pudessem defender suas casas.
300 homens contra um exército muito maior. Essa história te lembra algo? Séculos antes da Batalha das Termópilas, houve uma batalha semelhante que também envolveu 300 soldados contra um inimigo muito maior.
No capítulo 7 de Juízes, lemos que Deus disse a Gideão para reunir um exército para lutar contra os midianitas. Assim, Gideão reuniu 32.000 soldados, mas o exército inimigo consistia em 135.000 soldados. Apesar dessas probabilidades, Deus disse a Gideão: “Você tem gente demais” (v.2) e ordenou uma série de medidas para diminuir o número do exército de Israel até que restassem apenas 300 homens.
O processo de diminuir seus números foi o seguinte: O Senhor disse a Gideão: “aquele que estiver tremendo de medo poderá ir embora” (v. 3). Quando Gideão fez isso, 22.000 de seus guerreiros foram para casa. Apenas 10.000 homens ficaram. Então, novamente, o Senhor disse a Gideão: “Ainda há gente demais” (v. 4) e instruiu Gideão a fazer os homens beberem em um riacho e depois mandar para casa todas as pessoas que demoraram e abaixaram o rosto à água para beber. Restaram apenas 300 homens que ficaram observando enquanto bebiam. Então Deus disse: com os trezentos homens que lamberam a água livrarei vocês e entregarei os midianitas nas suas mãos (v.7).
Gideão dividiu seus 300 homens em três grupos. Ele deu a cada soldado uma trombeta e uma jarra com uma tocha dentro. À meia-noite, todos eles cercaram o acampamento do inimigo. Então, ao mesmo tempo, todos tocaram suas trombetas e quebraram seus jarros, e gritaram: “À espada, pelo Senhor e por Gideão!” “Quando as trezentas trombetas soaram, o Senhor fez que em todo o acampamento os homens se voltassem uns contra os outros com as suas espadas. Mas muitos fugiram para Bete-Sita…” (v. 20, 22).
Uma rápida comparação: os 300 israelitas não eram treinados e nem armados. Eles vão para a batalha carregando jarros de barro, trombetas e tochas. E não tem nenhuma passagem estratégica na montanha ou treinamento superior ou armamento. Eles são um grupo trêmulo, sem renome por sua bravura ou competência. Só que o livro de Juízes nos conta em 8:10 que 135.000 midianitas caíram na batalha contra os 300 israelitas.
Mas: Estimativas dizem que 20.000 persas foram abatidos pelos 300 soldados espartanos de elite, mas eles não venceram o exército de 100.000 persas. Eles seguraram os persas por um tempo, mas foram mortos.
O que os 300 de Leônidas fizeram motivados por “honra e glória” naquela passagem apertada foi impressionante, foi preciso muita coragem e habilidade, mas ainda foi humanamente possível por um tempo e então acabaram sendo derrotados pelo exército maior.
Mas o que os 300 de Gideão fizeram motivados pela fé, em campo aberto no meio do acampamento do adversário, não era humanamente possível de forma alguma. Então, por que um resultado tão diferente?
Deus deu a vitória a Israel naquele dia. Foi uma libertação milagrosa, que garantiu que a glória seria dada a Deus e não ao homem. Assim como a história dos 300 de Gideão, milhares de anos depois, Jesus reivindica para si toda a vitória sobre a morte e o pecado para nos resgatar.
Não há lugar para gente proclamar: “Eu ajudei. Eu contribuí.” Não. Somos apenas homens e mulheres fracos, covardes e indefesos, segurando “jarros e tochas”, pela fé, aguardando o livramento divino. É o nosso Deus quem faz toda a diferença, que dá vitória sobre a morte gratuitamente a todos os que Nele creem.