Round 6
O problema é o capitalismo?
Round 6, série sul-coreana original da Netflix, acompanha um grupo de pessoas desesperadas por dinheiro que recebem um misterioso convite para participar de jogos competitivos inspirados em brincadeiras infantis. Sem saber qualquer coisa sobre o convite, centenas de pessoas comparecem ao local para participar do evento. Ao final do jogo, o vencedor poderá levar para casa um prêmio milionário e resolver todas as suas dívidas. Mas o jogo pode exigir um preço muito alto daqueles que perderem.
Round 6 se tornou a série mais popular da Netflix. Embora eu não tenha me interessado por séries badaladas da Netflix no passado (olhando para você, La Casa de Papel – não vi nem verei), dessa vez eu me interessei.
Ela é bem escrita e bem atuada (exceto pela parte não coreana, que infelizmente foi ruim). Fiquei muito curiosa para ver o que aconteceria a seguir e também me apeguei demais a alguns personagens.
Mas, embora existam profundas questões morais levantadas na série, ela pode ser difícil de assistir, e não é para toda a família.
O escritor e diretor da história, Hwang Dong-hyuk, disse em uma entrevista: “Eu queria escrever uma história que fosse uma alegoria ou fábula sobre a sociedade capitalista moderna, algo que retratasse uma competição extrema, algo como a competição extrema da vida.”
Alguns críticos concordaram com Hwang ao dizer que Round 6 é uma crítica ao capitalismo e à exploração dos pobres pelos ricos. Mas não é tão simples. Não importa quão terríveis sejam as circunstâncias, cada personagem tinha liberdade de fazer escolhas. O fato de muitos deles terem feito escolhas erradas que os levaram a essa circunstância não significa que não houve, ou ainda não há opções.
Essa ideia também não considera o coração humano caído. Não é o capitalismo que torna as coisas difíceis. Somos nós. Para onde quer que você olhe na história, não importa o regime em vigor, vemos pessoas tirando vantagem de outras pessoas.
Se olhamos para o Império Romano, vemos pessoas sendo usadas como peões em arenas como o Coliseu. Se olhamos para os Maias, vemos um jogo de bola onde prisioneiros de guerra de alta patente eram derrotados e sacrificados. Por vezes eram presos, torturados em uma exibição pública durante anos antes de serem sacrificados.
Você pode se livrar do capitalismo e o resultado ainda seria o mesmo. Porque, como li em algum lugar: onde quer que eu vá, eu estou. Não dá pra fugir da corrupção humana.
Só Deus pode resolver este problema, e Ele o fará, permanentemente, no futuro, com a criação dos novos céus e nova terra. Por enquanto, considerando as opções disponíveis, eu ficaria com o capitalismo mesmo.
Como essa é uma série coreana, vamos usar essa situação como exemplo. Entre a Coreia do Norte, onde ser cristã pode me levar à morte, e a Coreia do Sul, onde os cristãos estão prosperando, ficaria com a Coreia do Sul.