Crônicas de Aedyn
Pra quem gostou de Nárnia…
Essa trilogia foi escrita pelo teólogo e escritor Alister McGrath. A história do primeiro livro – Os Escolhidos – segue dois jovens adolescentes, Júlia e Pedro, que vão passar as férias de verão com os avós em Oxford. Durante a noite, eles descobrem que o lago no jardim da casa parece ter qualidades especiais – um brilho prateado que os chama a entrar. Antes que percebam, Pedro e Júlia são arrastados através do lago para o mundo de Aedyn.
Crianças transportadas magicamente para um novo mundo – bem Nárnia. Mas esse mundo é diferente. Não há animais falantes, apenas humanos que foram escravizados por três líderes – o Lobo, o Chacal e a Raposa. As crianças aprendem que foram escolhidas para derrubar esses líderes tirânicos e liberar o povo.
O livro possui temas religiosos claros. Comparando com a história bíblica, as crianças podem ser comparadas a alguns dos profetas do Antigo Testamento. O povo está ansioso por um Grande Libertador – O Senhor dos Exércitos – que finalmente vencerá todo o mal. Durante a história, as crianças aprendem que foi esse Senhor que os convocou.
Então vem “O voo dos Exilados” e “O Desvanecer das Trevas”, que é uma única história dividida em dois livros e conclui a trilogia.
Já se passou quase um ano desde que Pedro e Júlia visitaram Aedyn pela primeira vez e, diante da dura realidade do novo casamento de seu pai e de dois novos meios-irmãos horríveis, eles estão começando a se perguntar se foi tudo um sonho. Ao fugirem de casa uma noite, porém, eles caem em um rio meio congelado e voltam para Aedyn – mas desta vez, eles acidentalmente trouxeram sua meia-irmã Luisa.
Aedyn está deserta; as pessoas foram capturadas e forçadas a trabalhar como escravas ao pé de um vulcão em uma ilha distante. As três crianças precisam encontrar uma maneira de salvar os prisioneiros e trazê-los de volta para Aedyn.
Eles descobrem que a união das duas metades de um talismã invocaria o Senhor dos Exércitos e então o Senhor derrotaria a Sombra que veio das entranhas do vulcão. Nesse meio tempo, Luisa vai se transformando em uma pessoa boa e empática.
O terceiro livro começa com as crianças e o povo de Aedyn ainda presos nessa ilha vulcânica, forçados a se esconder em cavernas e coletar cogumelos à noite para sobreviver. Eles vivem aterrorizados com os Gulnog, criaturas do poder negro da “Sombra”, que ameaça cobrir a ilha e além.
O talismã aparentemente falhou, pois o Senhor dos Exércitos não veio. O desânimo e a dúvida atormentam Pedro e Júlia, e o povo de Aedyn. Apenas Luisa mantém alguma esperança. Todas as três crianças precisam lidar com a velha questão de Jó: “Onde está Deus em tudo isso?”
Esses dois livros lidam com um sério dilema teológico – o silêncio de Deus. Embora no primeiro livro as crianças tivessem mais acesso ao Senhor dos Exércitos e seus milagres, parece que o Ele está longe agora. Seu povo parou de acreditar nele, mas ele nunca os deixou:
“Isto talvez signifique o que é viver pela fé, pensou Júlia. Você talvez precise destes grandes sinais do seu amor a princípio. Depois, no entanto, ele mostra como vê-lo de maneiras mais discretas. Na verdade, não importa como ele aparece; pois continua guiando. Continua lá.”
O Desvanecer das Trevas – Alister McGrath
Resumindo, é uma boa trilogia, mas não tão boa quanto Crônicas de Nárnia de C.S. Lewis. Eu gostaria que tivesse uma descrição maior deste novo mundo de Aedyn. O clímax também pareceu um pouco corrido. Os livros são pequenos e o enredo não é simples. Mesmo assim, por conta de suas referências espirituais, vale a pena se deixar levar para esse novo mundo de fantasia. Especialmente o público mais jovem.