007 Sem tempo para morrer
A evolução de um ícone
“Sem Tempo para Morrer” acontece logo após os eventos de “007 contra Spectre”. James Bond (Daniel Craig) e a Dra. Madeleine Swan (Léa Seydoux), tendo frustrado os planos do vilão Ernst Blofeld (Christoph Waltz), estão vivendo seus dias na bela Itália.
Mas encontrar um final feliz para o espião mais famoso do mundo é tão difícil quanto – bem, entender os planos do vilão desse filme.
Os dois estão de férias na mesma cidade italiana onde Vesper Lynd, outra amante de Bond, está enterrada. Mas quando James vai prestar seus respeitos, a cripta de Vesper explode. James sobrevive, mas seu relacionamento com Madeleine não. Veja, o pai de Madeleine estava ligado à antiga organização criminosa de Blofeld, SPECTRE, e James se pergunta se o amor de sua vida não é uma farsa.
Cinco anos depois, Bond é contatado por seu amigo da CIA, Felix Leiter (Jeffrey Wright). Houve uma explosão e um sequestro de um cientista em um laboratório do MI6 que estava desenvolvendo secretamente uma arma chamada Projeto Heracles.
É uma arma biológica de nano-robôs projetada para atingir terroristas através de seu DNA (uma abordagem mais furtiva). No entanto, nas mãos erradas, o dispositivo pode ser modificado para matar qualquer um através do contato (pele) com pessoas carregando os nano-robôs dentro delas.
O filme é cheio de sequências de ação bem-feitas como todos esperamos de um filme de James Bond.
Além disso, o filme esperava que eu me lembrasse demais dos filmes anteriores. E por isso, demorei um pouco para entender o que estava acontecendo. Confesso que nem lembrava da Madeleine do filme anterior XD
Gostei particularmente do pequeno papel da Ana de Armas (Paloma), ela fez um ótimo trabalho com os 10 minutos que teve. Eu assistiria um spin-off com a personagem dela. Melhor do que um filme com uma mulher 007.
Falando nisso, não posso dizer o mesmo sobre a Nomi – a substituta de Bond. Qual era realmente o objetivo dessa personagem? O que ela acrescenta à história? Pensa comigo: substitua Nomi por figurantes e o filme seria o mesmo. Pelo menos Paloma trouxe algum carisma para as suas cenas. Ela estava batendo em caras 2 vezes seu tamanho? Sim. Isso me incomodou? Não. Esse era o nível do carisma dela hehe.
Eu não entendi o vilão. O que ele queria? Ok, ele queria vingança, mas ele conseguiu isso na metade do filme. O que ele queria então? Dominação mundial? Um genocídio específico? Matar agentes e policiais? Tornar-se um traficante de armas? Ganhar dinheiro? Ele queria que Madeleine e Mathilda se tornassem sua família? Ou elas eram apenas uma segurança contra Bond? Se sim, por que ele deixou a garota ir? Enfim, achei esse vilão muito confuso.
Em GoldenEye (estrelado por Pierce Brosnan), James Bond conversa com a principal Bond girl do filme, Natalya:
“Como você pode ser tão frio?” Ela pergunta.
“É o que me mantém vivo”, James diz a ela.
“Não,” ela diz. “É o que te mantém sozinho.”
Não mais. Em Sem Tempo para Morrer, James Bond não é tão frio e nem está sozinho. Apesar de sua separação de Madeleine, James ainda a ama – de verdade. E ao saber que Madeleine deu à luz sua filha — uma menininha chamada Mathilde — ele luta para proteger as duas a ponto de sacrificar a própria vida.
(Ele não poderia ficar vivo e tentar encontrar uma cura? Bom, ele teve que decidir em minutos. Ele foi baleado e não podia se mover com rapidez. E agora ele sabia que todos que ele tocasse se tornariam uma ameaça de morte para sua família. Com o tempo e conhecimento que ele tinha, ele escolheu colocá-las em primeiro lugar e protegê-las.)
Toda a franquia foi construída na busca de 007 em servir sua Rainha e País, não importa quantas pessoas ele deva matar ou mulheres que ele deva dormir.
Lembrando que as primeiras representações do personagem eram bastante hedonistas. Ele realmente não amava mais ninguém além de si mesmo. Pelo menos romanticamente falando. Esse Bond é mais maduro em termos relacionais (ainda que longe de ser um exemplo ideal de saúde relacional).
Alguns podem dizer que dar um “coração” a James Bond enfraquece o personagem, mas ver esta versão do nosso espião favorito realmente se preocupando com sua família é uma boa atualização na minha singela opinião. Acho que vivemos o suficiente para ver James Bond se tornar um homem de família.