A trilogia espacial de C.S. Lewis
Então, todos nós conhecemos C.S. Lewis por Crônicas de Nárnia, mas eu não tinha lido sua Trilogia Espacial até agora. Já ouviu falar?
Além do Planeta Silencioso, conta como Ransom, um professor de Cambridge, é sequestrado pelo físico Weston e seu parceiro Devine, um empresário desprezível, e levado para Marte, supostamente como um sacrifício humano. Uma vez em Marte, Ransom foge, se esconde em uma vila marciana e aprende a falar a língua local. Ele descobre que cada planeta tem seu próprio espírito tutor – essencialmente um anjo ou arcanjo – chamado Oyarsa, que governa sob a autoridade de Deus. A Terra, infelizmente, é o campo de batalha central entre o bem e o mal e é governada por um Oyarsa caído. Os captores de Ransom desagradam o povo local e são expulsos do planeta.
Este é o livro que eu mais gostei. É realmente uma ficção científica. C.S. Lewis é um sujeito muito criativo.
Perelandra, o nome que Lewis dá a Vênus, é também o título do segundo livro da série. Reconta a história de Adão e Eva, e é o mais explicitamente bíblico dos três. Aqui Weston (o vilão da primeira história) faz o papel do tentador enviado para corromper a Mulher (a Eva desse planeta). Ransom é enviado pelo Oyarsa de Marte para impedir que a história de Vênus tenha o mesmo final que a da Terra.
O livro que eu menos gostei. Muita exposição e pouca ação. Um pouco cansativo em algumas partes.
Aquela Fortaleza Medonha, tem pouca relação com viagens espaciais. Combina uma história sórdida de jogo político, lenda arturiana e combate espiritual. Uma Universidade é seduzida e, em seguida, engolfada pelo recém-criado Instituto Nacional de Experimentos Coordenados (N.I.C.E). Esta organização planeja reviver o mago Merlin de seu longo e encantado sono e usar seus poderes para seus objetivos malévolos. Para encontrá-lo, eles precisam dos serviços de uma ‘vidente’; Jane Studdock, esposa de Mark Studdock, um jovem sociólogo e superficial. Mark é seduzido por promessas de poder, dinheiro e, acima de tudo, filiação ao grupo secreto de elite que controla o N.I.C.E. Já Jane se junta à turma do bem, liderada por Ransom que, com a ajuda dos Oyarsa, os enfrentam e derrotam.
Não era o que eu esperava. A expectativa era espaçonaves e recebi Merlin. Sim, aquele Merlin dos contos arturianos. Mas, definitivamente é o livro com os personagens mais profundos e interessantes. O enredo também é mais complexo.
No geral, ficção científica não parece ser o forte de C.S Lewis. Ele começou a trilogia nesse estilo, mas depois passou para uma alegoria e terminou com um livro de fantasia. Não são meus livros favoritos de C.S. Lewis, mas vale a pena ler. Tem coisas boas aqui, trechos que nos inspiram honestidade, humildade e dependência de Deus de maneiras que nenhuma teologia sistemática pode fazer. Lewis sabe escrever ficção, e a usa bem para captar a empatia de seus leitores, promover virtudes e para nos dar uma visão mais grandiosa e abrangente da redenção que é Jesus Cristo.
Obs. Muitos dos nomes da trilogia refletem a influência dos idiomas élficos de seu amigo, J.R.R. Tolkien. Além disso, Em Aquela Fortaleza Medonha, Lewis menciona várias vezes à civilização Atlante de Tolkien, Numinor (Númenor nos livros de Tolkien).