Mad Max
Culpa e Redenção
Uma história apocalíptica ambientada no futuro, em uma paisagem desértica onde quase todos estão enlouquecidos lutando pelas necessidades básicas de sobrevivência. Acompanhamos dois rebeldes em fuga: Max, um homem de ação e de poucas palavras, que busca paz de espírito após a perda de sua esposa e filha. E Furiosa, uma mulher de ação que acredita que seu caminho para a redenção pode ser alcançado se ela conseguir atravessar o deserto de volta à sua terra natal.
O filme preenche uns 80% de seu tempo com sequências de ação e perseguições de carro muito criativas e meio doidas também. Mas o filme não é feito apenas de ação. Existem alguns momentos emocionais. Especificamente, com o personagem de Charlise Theron.
A história é original? Nem um pouco. Mas ela funciona dentro do que foi proposto. É bom ver que o filme não sacrificou completamente um enredo, uma história, por sequências de ação.
Neste filme, os dois personagens principais, Max e Furiosa, estão cheios de culpa e desejo de redenção.
O filme sugere que Max acredita que falhou em salvar as pessoas que amava. E Furiosa provavelmente fez coisas horríveis enquanto trabalhava para o líder da Cidadela, Immortan Joe.
Eles querem se redimir de seus erros e falhas do passado. E a maneira que encontraram para fazer isso é arriscar suas vidas para libertar pessoas inocentes do governo tirânico de Immortan Joe.
Pela primeira vez, eles querem fazer algo de bom e ter sucesso em proteger as pessoas. E eles são bem-sucedidos. Mas isso é o suficiente? Eles estão redimidos? Eles podem realmente seguir em frente?
Na verdade, não. O que eles fizeram foi louvável, mas nenhuma quantidade de boas ações pode realmente nos redimir de nossos erros e pecados. Por quê? Vamos começar com a palavra redenção. O que ela significa?
A palavra redenção tem suas origens no latim e significa, literalmente, comprar de volta. A palavra em latim é REDEMPTIO, que, por sua vez, é originada da palavra REDMERE. Enquanto o “RE” traz a ideia de “novamente”, assim como utilizamos na língua portuguesa até hoje, a parte “EMERE” significa “obter, comprar ou ganhar”.
A palavra redenção, origina-se do ato de soltura de um escravo, que ocorria no primeiro século, mediante o pagamento de um preço.
Romanos 5.8-11 especifica: “Mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores. Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele! Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida! Não apenas isso, mas também nos gloriamos em Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante quem recebemos agora a reconciliação.”
A aplicação deste termo à morte de Cristo na cruz é bastante reveladora. Se somos “redimidos”, então nossa condição anterior era de escravidão. Deus comprou nossa liberdade e não somos mais escravos do pecado ou da lei do Antigo Testamento.
Todos precisam de redenção. Por quê?
Quando Deus fez o homem, o fez bom, mas a queda o corrompeu (Gênesis 1-2). Agora o homem é dominado pelo pecado, pelo erro, pela mentira, por Satanás. Então Deus arquitetou um plano, e Cristo executou.
Neste plano, havia um preço a ser pago. E esta “redenção” foi paga completamente (Colossenses 2.14). Jesus pagou, não porque foi obrigado, mas por amor. Aceitou a rejeição, a traição, os açoites, a cruz e a morte por amor. Não pagou o preço para nos possuir como objetos, mas para que pudéssemos ter o direito de escolher servi-lo e amá-lo.
Assim como Max e Furiosa, nossa condição era caracterizada pela culpa: “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Mas a redenção de Cristo nos libertou da culpa para sempre: “sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3.24).
Sem redenção, estaremos eternamente presos ao pecado, presos aos nossos desejos carnais que nos fazem mal. Precisamos ser resgatados porque não podemos pagar o preço com nossos esforços por mais nobres que sejam. Precisamos reconhecer isso o tempo todo se quisermos ter uma vida de comunhão com Deus. Seremos livres da culpa quando reconhecermos que somos dependentes, carentes da graça do Pai.