Tempo (Old)
Tempo posso te pedir um segundo?
O filme tem uma premissa muito simples – um grupo de famílias chega a uma praia isolada apenas para descobrir que estão todos presos ali e envelhecendo rapidamente. As crianças na praia tornam-se adultas, os adultos ficam muito mais velhos e, com o passar das horas, fica claro que o lixo na praia é de pessoas que já morreram – e que todos não ficarão vivos por muito mais tempo.
Com que rapidez as pessoas envelhecem naquela praia? A cada meia hora, todos na praia envelhecem um ano. Portanto, se, por exemplo, você estava na casa dos 20 ou 30 anos quando chega à praia, você estará perto do fim de sua vida ou morto em 24 horas.
O filme foi baseado na história em quadrinhos “Sandcastle”, mas com uma reviravolta diferente no final. Possui uma premissa muito interessante, porém mal executada.
Eu realmente tentei entrar na história, mas o roteiro e as atuações medianas e ruins não permitiram. Com uma premissa tão incrível quanto essa, eu primeiro precisava estabelecer alguma conexão com os personagens, conhecê-los um pouco mais antes de colocá-los em perigo. Infelizmente, só saber o nome e a profissão de cada um não me ajuda a ter empatia por eles. São todos muito superficiais. E alguns diálogos me deram vergonha alheia.
O filme é classificado como horror, mas não foi particularmente assustador. Talvez seja para aqueles que tem muito medo do processo de envelhecimento e da morte. Se você é alguém que se preocupa muito com a passagem do tempo, então esse filme talvez te incomode.
O envelhecimento faz parte da vida. A Bíblia frequentemente associa o envelhecimento com o ganho de sabedoria. Por exemplo, Provérbios 16.31 diz: “O cabelo grisalho é uma coroa de esplendor”. Alguns personagens passaram essa impressão de que conforme iam ficando mais velhos, ganhavam uma outra perspectiva mais sábia da vida.
A Bíblia também nos lembra que, mesmo que tenhamos uma vida relativamente longa, a vida na terra é curta: “O que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa” (Tiago 4.14). Mesmo que a nossa vida não seja tão curta quanto a dos personagens, ela não deixa de ser um sopro. Um dia estamos aqui, no dia seguinte não mais. Um dia temos 20 anos e fazemos altos planos pro futuro, no outro já passamos dos 50 e todos aqueles planos se concretizaram ou não.
Nossa cultura nos incentiva a rejeitar o envelhecimento: “Ele é inevitável, mas podemos adiar, negar e controlar o envelhecimento.” Será que essa é a forma correta de enxergar a questão?
Em Deus, a nossa vida e o processo de envelhecimento têm grande significado e importância. Nossas vidas estão nas mãos Dele, e cada temporada tem um propósito (Romanos 8.28-29).
Em vez de nos preocuparmos com o envelhecimento, devemos entender qual é o significado e propósito da nossa vida terrena e, então, vivê-la bem. Jesus também se refere a esse tema quando conta as parábolas das dez virgens e dos talentos (Mateus 25). Seremos responsáveis pelo que Deus nos concedeu e nos pediu. E enquanto estamos vivos, ainda temos a oportunidade de fazer a diferença na vida de outras pessoas e de espalhar as Boas Novas da salvação.
Reconhecer que a vida é curta e viver nossas vidas plenamente para Deus nos ajuda a abraçar o processo e envelhecer em paz. Para aqueles que estão em Cristo, sabemos que a morte nos levará à presença de Deus (2 Coríntios 5.8).
Mas também sabemos que nossas vidas estão em Suas mãos; se Ele decidiu estender nossa vida, então temos muitos dias mais para servi-Lo aqui (2 Coríntios 5.9; Filipenses 1.18–26). Podemos então ser gratos por todos os dias que Deus nos dá e dizer com firmeza “até aqui nos ajudou o Senhor.”