O Livro de Eli
O valor da sua Bíblia
O filme se passa em um futuro dizimado por uma guerra ocorrida há pelo menos 30 anos. A paisagem desértica e as cicatrizes de queimaduras e cegueira de muitos sugere uma guerra nuclear.
Eli (Denzel Washington) possui o que parece ser a última Bíblia existente. Uma voz interior, que ele acredita ser Deus, lhe diz para pegar sua Bíblia e ir para o Oeste, embora ele não saiba por que ou as especificações de seu destino. O Livro, que lê diariamente, lhe dá forças e determinação para cumprir essa missão.
Eli viaja a pé há anos e está chegando ao fim de sua missão. É neste ponto que seu maior obstáculo começa. Sua jornada é interrompida por um homem faminto por poder chamado Carnegie (Gary Oldman).
Tudo é escasso neste novo mundo. Itens como luvas e baterias se tornaram valiosos. Acima de tudo, a água é o bem mais valioso. E é isso que o vilão do filme controla. Racionando a quantidade de água dos habitantes da cidade, Carnegie os governa por meio do medo.
Mas ele precisa de uma coisa para garantir seu poder sobre as pessoas – o livro de sua infância, a Bíblia. Ao contrário de Eli, que busca protegê-la, Carnegie, que atualmente está lendo Mussolini, a vê como uma arma poderosa que pode ser usada para controlar as mentes das pessoas. Ele deseja controlar seus corpos por meio da sede e suas mentes por meio da “fé”.
Eli tenta fugir da cidade, para continuar sua jornada para o oeste, como Deus havia instruído. Inspirada pelo nosso protagonista, Solara, a filha da esposa de Carnegie, quer fugir com ele para o deserto. Apenas quando Eli e Solara estão sozinhos vemos sua natureza verdadeira e pacífica. Citando as escrituras, contando a ela como ele ouve a Deus e ensinando-a a orar (um ato de fé que ela nunca testemunhou), Eli expõe sua fé pessoal à jovem.
Não vou dizer mais, para não entregar toda a história.
Achei um ótimo filme de ação, que prendeu minha atenção. É raro ver um filme desta magnitude – feito por um grande estúdio de cinema – que retrate de forma positiva um personagem principal cristão.
A violência retratada, de certa forma, é necessária. Tem o propósito de nos mostrar a que ponto uma humanidade sem Deus chega. Falando nisso, como o filme é classificado como “16 anos” por conta da violência, ele atrairá um público diferente do que os típicos filmes familiares cristãos. Isso é uma coisa boa, pois significa que O Livro de Eli não pregará para os convertidos. Ele vai alcançar um público que não está necessariamente procurando por uma mensagem de fé, mas por um entretenimento cheio de ação.
O filme levanta muitas questões e a primeira seria: Até onde iremos para cumprir o que Deus nos pediu? Eli tem uma fé firme o suficiente para saber não apenas quando Deus está falando com ele, mas também para ouvir atentamente e seguir as instruções de Deus.
Estamos tão distraídos com nossa agenda agitada que não estamos ouvindo a Deus? Quando Deus fala conosco, realmente ouvimos cada palavra e fazemos o que nos é pedido, ou ouvimos o que queremos ouvir e continuamos com o que achamos que devemos fazer?
Mas há mais perguntas: Eli sabia a Bíblia de cor. Quanto da Bíblia nós conhecemos? Ele também reservou um tempo para ouvi-la com frequência. Quando foi a última vez que lemos a nossa? Ele se arriscou até o fim para preservar sua Bíblia. Ela era sua posse mais importante. Que valor damos a nossa Bíblia?
“Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo de acordo com a tua palavra. Eu te busco de todo o coração; não permitas que eu me desvie dos teus mandamentos. Guardei no coração a tua palavra para não pecar contra ti. Bendito sejas, Senhor! Ensina-me os teus decretos. Com os lábios repito todas as leis que promulgaste.”
Salmos 119.9-13
Eli se esforça para permanecer no caminho que Deus colocou diante dele. Há tantas mensagens diferentes neste filme que podemos relacionar com a nossa própria jornada cristã. Eu encorajo você a dedicar um tempo para ver essa raridade de Hollywood, refletir e discutir sobre os vários temas que o filme nos traz e considerar como eles se relacionam com a sua fé.