Uma noite de crime
O que você faria se não houvesse regras, leis e consequências nas próximas 12 horas?
Em uma América devastada pelo crime e prisões superlotadas, o governo sancionou um período anual de 12 horas em que toda e qualquer atividade criminosa – incluindo assassinato – se torna legal. A polícia não pode ser chamada e hospitais suspendem ajuda.
James Sandin é um vendedor de sucesso de sistemas de segurança domiciliares. Ele mora com sua esposa Mary e seus filhos adolescentes Charlie e Zoey em uma casa chique no subúrbio. Durante o Expurgo (Purge), James ativa os sistemas de segurança de sua casa e continua a sua rotina. No entanto, Charlie vê um estranho fugindo de um grupo e em um momento de compaixão ele desarma o sistema de segurança e deixa o homem entrar.
Infelizmente esse ato de bondade coloca toda a família em perigo, porque agora os assassinos que estavam perseguindo o homem cercaram a casa e prometeram matar todos dentro, a menos que entregassem voluntariamente o homem. À medida que o tempo passa, a família enfrenta um dilema difícil – eles sacrificam a vida de um estranho na esperança de se salvarem, ou tentam se manter firmes até que o Expurgo termine?
A premissa do filme é a seguinte: os humanos têm um instinto natural de predadores para matar, mas a sociedade os obriga a reprimir esses instintos vivendo de maneira “civilizada”. Se deixarmos os humanos serem animais por uma noite a cada ano, todos se acomodarão e viverão em paz pelos outros 364 dias.
O filme levanta questões interessantes pra gente pensar e analisar. O Expurgo baseia-se em um raciocínio materialista evolucionário: o Homem é essencialmente produto de uma evolução não guiada por qualquer Inteligência – somos apenas animais (predadores) e criamos as nossas próprias definições de certo e errado.
O mundo que encontramos nesse filme deixou de lado qualquer moralidade fundamentada em Deus. Os líderes do filme sugerem que, como somos todos animais, por que não deveríamos apenas sucumbir aos nossos instintos mais básicos? “Não precisamos obedecer a nenhuma lei superior, pois não há nada ‘lá em cima’. Nós fazemos a lei. Nós somos animais. Portanto, devemos nos permitir agir como animais.” Dizem esses novos líderes.
Mas Deus existe, ele nos criou à sua imagem e semelhança e determinou o que é certo e errado, o que é verdadeiro e falso. E ele nos conduz com grande amor e abnegação. Sabemos disso em nossa consciência (Romanos 2.14-15).
No fundo todos reconhecemos a verdade por trás da Regra de Ouro do Novo Testamento – Façam com os outros o que gostaria que fizessem com você. É nessa regra e na compaixão que só conseguimos expressar porque somos “imagem e semelhança” que se baseia a atitude de Charlie, de acolher o homem ferido e perseguido.
E é baseado também nesses dois fundamentos que vemos a família escolher se colocar em perigo a entregar o homem para ser morto. E é Deus também que inspira o ato mais contracultural do filme, tão inesperado que até parte dos espectadores acharam ruim. Mary escolhe a paz à violência. Quando em posição de poder, ela podia escolher matar aqueles que a trataram com violência, mas ela decide poupar a vida de seus agressores. Só Deus e sua influência sobre nós pode nos tirar de um ciclo vicioso de agressão e violência como esse.
O filme, sem querer ou querendo, acaba mostrando que um mundo sem Deus é uma distopia terrível.