13 Vidas
Quanto vale a vida?
No final de junho de 2018, uma dúzia de jovens jogadores de futebol e o assistente técnico do time queriam passar o tempo entre o treino de futebol e uma festa de aniversário. A caverna Tham Luang, parecia perfeita. E embora a caverna fosse conhecida por inundar – ela sempre ficava fechada durante a temporada de monções na Tailândia – o céu estava claro e azul.
Mas as chuvas vieram mesmo assim…
Logo depois que os meninos entraram nas cavernas, as chuvas começaram. A água encontrou centenas de buracos ao longo da superfície de Tham Luang, drenando para as cavernas como se passasse por uma peneira. Os meninos ficaram presos dentro da caverna inundada.
Treze Vidas não é um filme sentimental. Não é melodramático. E não precisa ser. É um filme tenso, mas realista e fundamentado. Parece visualmente autêntico com pouco CGI e mais efeitos práticos. O diretor, Ron Howard, sabiamente deixa a história falar por si.
Os mergulhadores britânicos John Volanthen e Richard Stanton tinham anos de experiência em mergulho em cavernas e dezenas de missões de resgate. Se alguém poderia chegar aos meninos, eram eles. Mas como John e Richard bem sabiam, alcançar os meninos e salvá-los eram coisas muito diferentes.
Toda vez que os mergulhadores entravam nas cavernas, eles arriscavam suas vidas. Mergulhar em uma caverna inundada é muito arriscado. Tão arriscado que um dos mergulhadores morreu e eles tiveram que sedar os meninos para tirá-los um por um.
Mas não foram apenas os mergulhadores que salvaram esses meninos. O filme é baseado em uma operação de resgate verdadeira e essa história tem muitos heróis. Depois que a história foi divulgada pela mídia global, quase 10.000 voluntários de 17 países ofereceram sua ajuda no local.
Se a água continuasse subindo, os mergulhadores não seriam capazes de alcançá-los. Aqui entram os voluntários – um engenheiro reuniu vários agricultores e aldeões de toda a região para desviar a água da chuva dos buracos que drenam para as cavernas. Foi um empreendimento enorme e sacrificial: quando os agricultores são informados de que seus campos seriam inundados e suas colheitas arruinadas, eles ainda assim dão seu consentimento. “Pelos meninos”, eles dizem.
O governador local – mantido no cargo provavelmente para ser o bode expiatório caso as coisas dessem errado – aceita a responsabilidade. E quando mergulhadores se aproximam dele com um plano perigoso para resgatar as crianças, ele concorda. “Se falharmos, o fracasso é só meu”, diz ele.
Por último, mas não menos importante, temos o treinador. Ele conseguiu manter uma dúzia de meninos famintos, cansados e assustados focados e calmos durante todo esse incidente – 18 dias no total.
Embora não tenha uma motivação cristã direta nos esforços de resgate, esse incidente nos lembra da passagem: “Pois o amor de Cristo nos constrange” (2 Coríntios 5.14). Em um discurso agradecendo aos voluntários, o governador disse: “Vocês não pedem nada em troca. Mas eu sei que todos vocês fizeram isso por uma razão. O amor pelos meninos.”
Vivemos em uma época em que as divisões são tão grandes que não conseguimos concordar em muita coisa, e onde muitas vezes até as questões mais simples se desintegram em disputas. Mas ver milhares de pessoas, unindo-se em torno de uma causa comum de amor ao próximo – é tão inspirador e edificante. A gente chega a pensar: Isso não acontece mais na vida real. E, no entanto, neste caso, aconteceu.