Avatar – O caminho da água
Um brinde à família!
Quando os humanos retornam a Pandora em uma nova tentativa de explorá-la e colonizá-la, Jake se torna o líder da resistência nativa. Seu papel de destaque o torna um alvo para o implacável coronel Miles Quaritch (Stephen Lang), com quem ele já entrou em conflito no primeiro filme.
Dividido entre seu desejo de continuar lutando e a proteção de seus quatro filhos, Jake toma a decisão de ir para o exílio voluntário. Depois de uma longa jornada, os Sullys encontram abrigo em um distante conjunto de ilhas ocupadas por uma tribo, conhecida como Metkayina, cujo estilo de vida é centrado no oceano.
Valeu a pena esperar 13 anos pela segunda parte? Isso é subjetivo, mas para mim SIM. Visualmente, o filme é deslumbrante. Eu vi o filme em 3D em uma tela grande e foi a experiência mais imersiva em um cinema que já tive. Quase todas as cenas mostram a beleza natural do planeta, talvez com o CGI mais crível que eu já vi.
Aqui os visuais são tão parte da experiência quanto o enredo, e poucos – se algum – filmes alcançaram um nível tão magistral e artístico como este. Especialmente quando a história muda para as locações oceânicas, tanto acima quanto abaixo da água.
O filme é essencialmente um faroeste moderno (Índios x Cowboys), e a hora final é de ação ininterrupta e cenas de batalha. Ao mesmo tempo, muito das mais de 3 horas é gasto na exploração do mundo e de seus habitantes. Eu gostei de ambos os aspectos. É um filme original que captura o melhor da narrativa clássica e visuais de última geração. O CGI e o 3D que valem à pena. Pode não ser tão original quanto o primeiro, mas a sequência supera seu antecessor em muitos aspectos e é uma continuação digna da história.
Quando vi essa imagem no trailer, fiquei otimista sobre como a história iria se desenrolar:
Este filme é sobre família. É revigorante ver um filme de Hollywood focar tão diretamente nesse tema. Considerando que o primeiro Avatar foi em grande parte um conto de Romeu e Julieta da união de amantes de povos diferentes, Caminho da Água conta uma história raramente explorada em Hollywood, um relacionamento inicial que amadurece com o tempo e como o par romântico se transforma em uma família – que vem depois do “felizes para sempre”.
A família é o que importa, mas como uma ela se protege das forças internas e externas que tentam separá-la? Essa é a questão que o resto da história investiga.
Duas outras citações aprofundam esse tema: “Esta família é nossa fortaleza” e o lema da família, “Sullys ficam juntos”. Embora grande parte da história seja sobre o papel protetor dos pais e o que eles fazem para proteger seus filhos, ela também mostra como as crianças se protegem. Os irmãos aprendem o que significa ser irmãos, apesar de suas diferenças, e também protegem a irmã quando ela sofre bullying de jovens da tribo.
Há uma reviravolta interessante – as crianças salvando seus pais. Há uma cena emocionante no final do filme em que ambos os pais estão presos e derrotados antes que seus filhos os guiem para segurança – a filha conduz a mãe e o filho conduz o pai. A família Sully está longe de ser perfeita, mas eles amam uns aos outros e lutam para permanecer juntos.
Jake não teve medo de entrar na batalha no primeiro filme. Agora, com quatro filhos para cuidar, ele vê a vida de maneira diferente. Ele é menos um guerreiro imprudente no ataque e mais um guardião protetor disposto a sacrificar tudo por aqueles que ama.
Estamos testemunhando um ataque à masculinidade nos últimos anos. Nossa sociedade se afastou dos papéis tradicionais de gênero, deixando muitos jovens incertos sobre seu propósito. Mas este filme celebra os homens como protetores da sociedade. Jake nos diz duas vezes que proteger sua família dá um propósito aos homens, e nós o vemos fazendo exatamente isso.
Ele tenta encontrar um equilíbrio entre garantir que seus filhos tomem as decisões certas e ser um pai amoroso e solidário. Quando os meninos saem da linha, ele conversa de forma severa; quando eles começam a brigar, ele os manda pedir desculpas (mas também se orgulha do fato de que a única razão pela qual eles brigaram foi para defender a irmã); ele é duro com eles, porque os ama muito e também ensina pelo exemplo na proteção aos mais fracos.
De certa forma, o filme é uma carta de amor à paternidade, cheia de mensagens que os jovens precisam ouvir, mas também mostra mulheres fortes, corajosas e amorosas. Vale à pena assistir.