O Incrível Hulk
O poder sempre corrompe?
Vivendo escondido e longe de Betty Ross (Liv Tyler), a mulher que ama, o cientista Bruce Banner (Edward Norton) busca um meio de se curar da radiação gama que está em seu sangue e se livrar de Hulk para voltar a uma vida normal. Ao mesmo tempo ele precisa fugir da perseguição implacável do general Ross (William Hurt), que tenta capturá-lo na intenção de explorar o poder que faz com que Banner se transforme no Hulk.
O filme começa acelerando a origem do personagem, supondo que o público já está familiarizado com o básico: Dr. Bruce Banner sobrevive ao experimento com raios gama e descobre que a radiação despertou mutações genéticas, resultado de experimentos na sua infância. Agora, sempre que ele fica com raiva, ele se transforma em um monstro verde enorme e incontrolável.
Felizmente, evitamos mais uma história de origem e passamos para algo novo.
Uma coisa realmente incrível em “O Incrível Hulk” são os efeitos especiais. Aqui, o gigante verde parece mais polido, mais musculoso e mais realista do que nunca. Tem uma certa cena durante uma tempestade que faz a gente duvidar se são efeitos especiais ou práticos.
Embora eu não tenha gostado de algumas atuações, este é um filme de ação com uma história simples, mas eficaz, com boas cenas de ação e efeitos especiais e várias mensagens interessantes sobre a necessidade de controlar nossas emoções, especialmente a raiva, a importância do amor, visto em Betty Ross, e até mesmo a força da bondade.
Bruce acredita que esse monstro raivoso dentro dele é completamente maligno. Mas a raiva não é ruim, desde que você esteja com raiva pelas razões certas e não perca o controle. Quando Blonsky se transforma no monstro Abominação, Bruce sabe que o Hulk é a única coisa que pode detê-lo. Mesmo que Bruce tenha passado por uma “cura” que pode ter banido Hulk para sempre, ele se joga de um helicóptero na esperança de desencadear outra transformação. Funciona. Assim, ele está disposto a sacrificar a si mesmo e seus próprios desejos pelo bem maior.
Betty Ross também oferece sua própria forma de sacrifício. Ela claramente ama Bruce e faz o que pode – incluindo fugir com ele – para ajudá-lo a encontrar uma cura. Ela também vê humanidade em Hulk. Quando os dois estão em uma caverna durante uma forte tempestade, ela o conforta e acalma.
Mas um dos momentos mais heroicos para mim, não veio do enorme monstro verde. Na verdade, foi uma cena com Banner, quando ele decidiu ajudar uma mulher que estava sendo assediada por alguns sujeitos perigosos.
Ele se propôs a ajudar alguém que ele mal conhecia em vez de ir embora. Não se afastar, mas decidir ajudar alguém necessitado é a simples gentileza e heroísmo que todos nós podemos fazer, com poderes ou não. E é preciso muito mais coragem e determinação para tomar essa atitude quando não se tem superpoderes.
Indo em uma direção completamente oposta, temos o soldado Blonsky. Enquanto Banner queria se livrar do monstro com medo de machucar as pessoas, Blonsky ansiava por mais e mais poder, não importava as consequências. Quanto mais ele se transformava em sua versão do Hulk, mais o monstro assumia o controle e menos ele se importava com os outros.
Se a gente não tiver valores bem sedimentados, o poder facilmente nos corromperá. E não há núcleo de valores melhor do que o cristianismo. Na verdade, vou além e dizer que, sem Deus, não temos forças para resistir ao poder e não ser corrompido por ele.
Sem Deus, estamos muito mais próximos de produzirmos a nossa própria versão de Blonsky do que de Banner.