Homem de Ferro 2
Quedas e retrocessos
O primeiro filme foi um grande sucesso. Equilibrava bem a ação e desenvolvimento de seus personagens. Homem de Ferro 2, no entanto, sofre um pouco nesse aspecto. Possui algumas cenas de ação muito boas, mas o enredo tenta fazer muita coisa em um intervalo pequeno de duas horas:
Temos Whiplash e sua vingança, Justin Hammer e sua competição industrial, a introdução de três novos personagens (War Machine, Black Widow e Nick Fury), a doença de Tony Stark e seu relacionamento pai-filho. Ao tentar fazer tudo isso ao mesmo tempo o filme acaba perdendo consistência.
Mesmo assim, ainda é um filme interessante. Reassistindo agora e sabendo como a história termina, foi muito legal rever Tony e Natasha se encontrando pela primeira vez.
E eu nunca tinha percebido o Elon Musk ali na parte de Monaco.
No final do primeiro filme, Tony havia feito algo que os super-heróis geralmente não fazem: revelar sua identidade secreta. Mas essa atitude tem consequências. Ela envia ondas de choque, iniciando uma corrida armamentista mundial para a criação de novos trajes. Também leva o governo americano a exigir que a tecnologia usada por Stark seja entregue às autoridades. E por fim, alimenta e muito o ego de Tony Stark.
Na superfície, ele está no auge de sua vida, mas nos bastidores, não é bem assim. O reator em seu peito que salvou sua vida no primeiro filme agora está lentamente envenenando-o até a morte.
A fama e a doença mortal cobram seu preço e, comparando com onde deixamos Tony no primeiro filme, podemos ver que ele regrediu. Ele se rende ao orgulho e arrogância, à medida que ascende à proeminência nacional e mundial.
“Vou servir a esta grande nação pelo meu próprio prazer”, diz ele. “Porque uma coisa que você pode contar é minha busca pelo meu prazer.”
O filme quer que a gente entenda isso como uma excentricidade do personagem, mas isso é sério. Narcisismo não combina com heroísmo ou, em nosso caso, com cristianismo.
As pessoas que mostram sinais de narcisismo podem ser muito charmosas e carismáticas. O narcisismo é um auto envolvimento extremo na medida em que faz com que uma pessoa ignore as necessidades daqueles ao seu redor. Elas também não entendem o efeito que seu comportamento tem sobre outras pessoas. Tony é um gênio, mas não consegue se lembrar de coisas simples como o aniversário de Pepper e suas alergias.
E ele lida mal com Pepper e Rhodes. Ele omite sua doença e de uma forma distorcida lhes dá sua herança. Mas a forma que Tony escolheu provavelmente os faria sentir muito mais culpa do que gratidão.
Ele deu o cargo de CEO para Pepper, mas então começou a destruir a imagem da empresa. Se ele tivesse morrido naquele momento, talvez nem mesmo o melhor CEO seria capaz de reverter a falência. Pepper ficaria arrasada por não conseguir salvar seu legado.
E Rhodes acredita que roubou o traje de seu amigo. Se ele tivesse morrido, Rhodes se sentiria ainda mais culpado por roubá-lo em vez de identificar os sinais de um amigo desesperado enfrentando a morte.
Esse egocentrismo é pecaminoso e destrutivo. Embora eu entenda a regressão moral do personagem, porque isso é algo que pode realmente acontecer, no final do filme, ele não sofreu ou aprendeu nada com seu comportamento. Ele até consegue a garota sem fazer nenhum esforço diferenciado.
Portanto, não houve nenhum desenvolvimento real de personagem. Ele termina do mesmo jeito que começou. Os desafios deste filme não levaram Tony a voltar aos trilhos ou aprender algo novo.
Tony teve uma séria reviravolta no primeiro filme, mas não foi suficiente para manter uma trajetória moral ascendente. Ele volta aos velhos vícios e, pelo menos por enquanto, permanece estagnado. Como todos nós, ele ainda é uma obra inacabada. Também passamos por problemas.
Aceitar a Cristo não significa que nunca mais pecaremos. Mas, ao contrário do nosso “velho homem” e de Tony, agora temos a ajuda de Cristo e não somos mais escravos de nossos pecados.
Sim, nós caímos, mas voltamos a nos levantar e continuamos melhorando em santidade até que nossa missão aqui termine.