Capitão América: Guerra Civil
Quem está certo?
Não é fácil ser um Vingador; salvar o mundo é um grande trabalho e nem sempre são apenas os bandidos que são pegos no fogo cruzado. O que um super-herói deve fazer? Submeter-se à fiscalização governamental ou continuar como uma operação independente? Essa é a pergunta que divide os Vingadores, colocando o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) contra Capitão América (Chris Evans), pois ambos lutam pelo que acreditam ser certo, não importa o custo.
Nessa altura, todos nós sabemos muito bem como são os filmes da Marvel. Claro, existem variações, com Capitão América: O Soldado Invernal que é um pouco mais sombrio ou Homem-Formiga, um pouco mais leve. Mas, na maioria dos casos, eles seguem um modelo bastante constante: ação frenética, muitas explosões, mas não tanto sangue, piadas e uma porção de brincadeiras entre a equipe para aliviar o clima.
Então, vou pular os comentários mais técnicos sobre esse filme e ir direto para seus temas: Esse é um filme sobre amizades e o que acontece quando elas são submetidas a um estresse extremo. Também explora bastante o tema da vingança e expõe tanto o vazio dessa busca quanto a dificuldade do perdão.
A Guerra Civil do título é em um nível um argumento político, mas também é sobre a amizade do Capitão com um personagem que parece ter prejudicado profundamente alguns dos demais. Alguns querem reconciliação, outros querem vingança; assim como grupos de amizade da vida real, o filme mostra os Vingadores trabalhando suas crenças e valores através da maneira como processam o conflito entre si.
Pegamos um gancho no último filme. O Homem de Ferro tinha um problema de idolatria, ele adorava seu próprio ego. Ele não achava que poderia fazer algo errado ou estragar tudo. Mas Ultron provou que ele estava errado. E quando alguém tão inteligente e engenhoso como Tony Stark comete um erro, o mundo… explode.
Tony Stark sente remorso pelas ações dos Vingadores que causaram mortes inocentes. Especialmente suas próprias ações no último filme dos Vingadores. Ele realmente está tentando ser melhor. Tony acredita que alguma supervisão os ajudará a proteger mais pessoas, mesmo que isso signifique se submeter a uma autoridade superior.
Precisamos ser fiscalizados. Qualquer que seja a forma que assuma, estou dentro.
Tony Stark
Mas seu erro com Ultron, além de seu enorme ego, foi não ouvir seus companheiros Vingadores. Ele não queria ouvi-los porque já sabia a resposta. Eles se oporiam aos seus planos imprudentes.
Então, a solução aqui não seria se submeter a outra organização, cheia de incógnitas, que pode ter agendas próprias, visões de mundo e segurança conflitantes, ou não ser realmente competentes para tomar essas decisões.
A solução seria ser mais humilde e realmente conversar com seus companheiros heróis e chegar a um acordo em equipe. Tony quer ser colocado em cheque? Por que não permitir que seus amigos e companheiros heróis façam isso?
O Capitão, por outro lado, não vai se alinhar com uma agência do governo que não lhe dá a capacidade de tomar decisões para o bem da equipe. Como o Capitão América acabou de lutar contra a Hidra, podemos entender por que ele hesita muito em entregar os Vingadores para outro grupo de supervisão potencialmente corruptível.
As organizações, por mais bem-intencionadas que sejam, tendem a promover suas próprias agendas. “Podemos não ser perfeitos”, argumenta Steve, “mas as mãos mais seguras são as nossas”.
A primeira missão após a assinatura do acordo já mostra como esse plano era falho. Sem a devida investigação ou julgamento, as forças especiais foram ordenadas a atirar para matar o Soldado Invernal, não apreender. Se o Capitão não tivesse interferido, a primeira missão teria deixado o real culpado livre.
Mesmo no final do filme, quando Tony traz provas de que o Soldado Invernal não foi o responsável pelo bombardeio, a autoridade da agência não se importa. Então, já na primeira missão, até o próprio Tony Stark, começa a desobedecer às ordens da agência.
Mas vou conceder isso ao Tony. Nós, humanos, não somos apenas imperfeitos, somos corruptos e corruptíveis. Ele acredita que todos nós, até os super-heróis, precisamos ser responsabilizados por nossas ações. Ele acredita que submeter-se, neste caso, à fiscalização de uma autoridade governamental é o melhor caminho a seguir.
Sim e não. Sim, pois é isso que lemos em Romanos 13: “Todo homem esteja sujeito às autoridades governamentais”. Romanos continua dizendo que essas autoridades foram “instituídas por Deus”. E não, porque sabemos que elas também não são perfeitas. Elas podem ir completamente contra o que a Bíblia nos diz para fazer. E como o Capitão América aprende em seu filme anterior, essas autoridades podem ser terrivelmente corruptas.
Então, o que podemos dizer sobre o nosso mundo? Nós, seres humanos normais, devemos obedecer aos nossos governos até o ponto em que se voltem contra a Bíblia. Até que nos digam para fazer algo pecaminoso ou proibido por Deus. Porque no final, é DEUS que realmente detém autoridade sobre nós e os governos.
Quando se trata de fé e como devemos viver nossas vidas, a solução não é colocar nossa fé nas pessoas, como o Capitão faria, ou no governo, como o Homem de Ferro, mas nEle. Apenas nEle.