Thor Ragnarok
De onde vem a sua força?
O filme começa com Thor (Chris Hemsworth) acorrentado diante do demônio do fogo, Surtur, que rapidamente o informa (por meio de brincadeiras espirituosas, é claro), que o evento apocalíptico conhecido como Ragnarok em breve consumirá Asgard.
Então, Thor volta para casa para descobrir que seu sempre enganoso irmão, Loki, estava disfarçado de seu pai, Odin (Anthony Hopkins). Enquanto isso, o próprio Odin está preso na Terra, perto da morte.
Mas, um pouco antes de morrer, Odin prepara seus filhos para a chegada de sua vingativa primogênita, a deusa da morte, Hela (Cate Blanchett) e o advento do inevitável Ragnarok. Hela aparece em cena imediatamente após a morte de Odin e, após destruir o martelo de Thor, derrota seus dois irmãos enquanto os três travam uma batalha ao longo da estrada intergaláctica, a ponte Bifrost.
Thor e Loki são expulsos da Bifrost e pousam no planeta Sakar. Thor é prontamente capturado por um caçador de recompensas e dado ao Grão-Mestre (Jeff Goldblum) como gladiador.
Thor prova ser o herói que afirma ser e, em pouco tempo, ele escapa com um improvável grupo de aliados. Enquanto isso, depois de chegar em Asgard, Hela se coroou rainha, e seu governo prova ser mortal para aqueles que estão em seu caminho. Thor sabe disso, e o filme acompanha sua jornada para assumir o manto de sua verdadeira identidade: o deus do trovão, enquanto ele viaja para casa para derrotar esse inimigo e evitar a destruição do seu mundo.
Esse filme é diferente dos dois anteriores e é classificado como uma comédia. Suponho que essa é uma das coisas que a gente deve esperar em um Universo com tantas tramas e sequências em expansão. À medida que mais e mais personagens são introduzidos e mais e mais diretores são escalados, os próprios heróis podem se transformar em pessoas bem diferentes.
Não é que esse filme não seja interessante. Temos sacrifícios heroicos, efeitos visuais e as cenas de ação bem-feitos e as performances, na maioria das vezes, são divertidas.
É só que o senso de humor anteriormente irônico, estoico e discreto do Deus do Trovão desapareceu – substituído por piadas que são muito mais exageradas. Thor foi substituído por um piadista e isso me incomodou. Parece outro personagem.
Se você curte essa vibe “full” comédia, bem, este filme é feito sob medida para você. Mas o fato é que perdemos muito da tensão emocional do filme.
A tensão emocional é uma força motriz importante em um filme. É o que faz você se importar com os personagens e simpatizar com eles durante seus bons e maus momentos. O alívio cômico é uma boa ferramenta para quebrar um pouco dessa tensão emocional, para que os espectadores não fiquem sobrecarregados, mas acredito que há uma linha tênue entre o alívio cômico e o exagero e em certos momentos, o filme cruza essa linha.
As piadas impediram a formação dessa tensão na primeira metade do filme. Felizmente, a segunda metade do filme foi melhor nesse aspecto. O diretor finalmente reduziu as piadas para que alguma tensão emocional pudesse tomar forma, mas mesmo assim, no final durante o pico emocional, algumas piadas desnecessárias foram inseridas tirando a gravidade do momento.
Como os filmes anteriores, “Ragnarok” mostra a luta de Thor para ser um bom líder para seu povo. Uma qualidade de um bom líder que é enfatizada neste filme é cuidar das necessidades das pessoas. Uma citação que é muito mencionada é: “Asgard não é um lugar. É um povo.” Com isso, Thor e seus amigos aprendem que não se trata de lugares ou posses, mas de salvar vidas.
Os temas positivos de humildade e auto sacrifício ecoam por todo o filme. Thor menciona: “Eu escolho correr em direção aos meus problemas, não para longe deles. É o que os heróis fazem.”
Mas a principal lição vem de Odin: após a destruição de seu martelo, Thor fica perdido. Sem a única coisa em que ele confiava, o filho de Odin está pronto para desistir. Mas seu pai o ensina que sua força não vem do martelo. Como cristãos, muitas vezes confiamos em coisas – empregos, relacionamentos, cargos, contas bancárias – e esquecemos que nossa força também vem de outra fonte. É a nossa identidade como filhos e filhas de Deus, não nossos acessórios, que nos torna quem somos e nos fortalece.
Tudo posso naquele que me fortalece.
Filipenses 4:13
Em sua vida, Paulo tinha passado por tempos de riqueza e de pobreza, força e fraqueza, fartura e necessidade. Ele tinha aprendido a lidar com todo tipo de situação e sua alegria já não dependia de suas circunstâncias materiais (Filipenses 4.11-12).
A força de Paulo vinha de Jesus e assim deve ser conosco também.