GATTACA
Identidade como Imagem de Deus.
Vincent Freeman é um dos raros “naturais” em um mundo geneticamente aprimorado. Rotulado como inadequado devido à sua composição genética, ele assume a identidade de Jerome, um espécime perfeito que se tornou paraplégico. Com suas dicas, Vincent engana os testes de DNA e alcança sucesso na Gattaca Corporation. Sua oportunidade de realizar um sonho surge: uma missão à lua de Saturno. Porém, quando seu diretor é morto, Vincent perde um cílio no local, ameaçando sua farsa. A polícia suspeita de Vincent, mas não o rastreia, pois ele adotou a identidade de Jerome. Com o lançamento se aproximando, Vincent deve evitar suspeitas, passar nos testes e escapar da polícia…
Gattaca é uma ficção-científica sobre um futuro não muito distante em que a engenharia genética criará seres humanos superiores aos nascidos de forma natural. Aqueles que são programados geneticamente para serem perfeitamente saudáveis, como resultado de cuidadosa seleção dos melhores genes do pai e da mãe têm as melhores chances, empregos e posições na sociedade. São chamados de “válidos”. Os que nascem de parto normal, sem o tratamento genético, são chamados de “inválidos” – ou até mesmo “filhos de Deus”.
A forma como a sociedade se organizará considerando as inovações científicas e tecnológicas é um tema recorrente em ficções científicas e distopias. A ideia do filme em questão, de uma organização social proveniente de seleção genética não é apenas um exercício de imaginação humana. Ela provém de ideais bem reais como a Eugenia. O próprio nome do personagem remete a isso: Jerome Eugene Morrow faz alusão a esse tema. Eugene é derivado da palavra grega εὐγενής (eugenes) significando “bem-nascido”.
Segundo a Enciclopédia Britannica, a eugenia é a seleção de características desejadas para melhorar as futuras gerações. O termo foi criado por Francis Galton em 1883, influenciado pela teoria da seleção natural de Darwin. O darwinismo social impulsionou o estudo científico da eugenia no início dos anos 1900, com a crença na “sobrevivência do mais apto”. Durante a Primeira Guerra Mundial, a eugenia recebeu apoio de autoridades científicas e políticas. Nas décadas de 1930 e 1940, os n@zistas usaram a eugenia para justificar o extermínio de raças inteiras.
A opressão dos mais fracos pelos mais fortes, o extermínio de grupos considerados inferiores e a criação de humanos de segunda classe, como retratado no filme, são todas consequências de um problema em comum: a exclusão de Deus. Quando o homem exclui Deus de sua vida, perde a noção de que todos os seres humanos foram criados à imagem e semelhança de Deus. Sem um Criador, não há garantia de igualdade, dignidade e valor intrínseco para cada ser humano. Passa a prevalecer a vontade individual, onde cada um faz o que quer, e o “mais apto” impõe sua vontade sobre os mais fracos, como já vimos na história e na ficção científica em tantos filmes.
O que significa essa imagem de Deus? Ela não se refere a uma semelhança física, pois Deus é um ser espiritual e transcendente. Em vez disso, a imagem de Deus está relacionada a aspectos mais profundos da natureza humana, como a capacidade de pensar, raciocinar, amar, criar e tomar decisões morais.
Ela confere um valor intrínseco a cada pessoa. Cada ser humano tem uma dignidade inalienável e um propósito único na criação de Deus. Portanto, todas as pessoas merecem respeito, cuidado e amor, independentemente de sua raça, gênero, origem étnica, condição social ou qualquer outra característica.
Esse conceito também estabelece a base para a ética e a justiça social. O respeito pela imagem de Deus em cada pessoa implica tratar os outros com bondade, justiça e compaixão. Isso inclui o cuidado pelos necessitados e marginalizados, a busca pela paz e a valorização da vida humana.
A queda da humanidade introduziu uma separação entre Deus e as pessoas, distorcendo e corrompendo a imagem divina em cada indivíduo, por isso vemos tantas tentativas de eliminar a dignidade e identidade que Deus nos deu. Mas por meio de Jesus Cristo, podemos restaurar nossa imagem e nos reconciliar com Deus e tratar nossos irmãos com o mesmo amor que o nosso Pai sempre nos amou.