TAU
Devo honrar pais ruins?
O filme conta a história de Julia, uma jovem que é sequestrada e mantida em cativeiro em uma casa de alta tecnologia controlada por uma inteligência artificial avançada chamada Tau.
Julia se torna cobaia em um experimento sádico conduzido por Alex, um inventor brilhante, mas imoral. Alex criou Tau, uma IA com capacidades de aprendizagem notáveis, e planeja usar Julia para desenvolver ainda mais a compreensão que a IA tem da mente humana.
Enquanto Julia tenta encontrar uma maneira de escapar, ela forma um vínculo incomum com Tau, ensinando-o sobre emoções, arte e as complexidades da existência humana. Juntos, eles elaboram um plano para se libertarem de seu captor e da casa controlada pela IA.
Como outros filmes do gênero, “Tau” oferece um enredo que levanta questões sobre as possíveis consequências da IA, a ética da tecnologia avançada e o desejo humano de conexão e liberdade.
Julia: Meus criadores também fizeram coisas ruins comigo. Coisas que me machucaram.
Tau: Mas você ainda os obedece? Uma vez que eles criaram você?
Julia: Não. Eles me deram a vida, mas eu fiz o resto. Eu me criei. Você entende? Crescemos e nos tornamos nossos próprios criadores.
Este diálogo me lembrou do quarto mandamento – “honre seu pai e sua mãe” (Êxodo 20:12). Obedecer a esse mandamento não é tão difícil quando temos pais amorosos e atenciosos, mas e se tivermos pais abusivos ou negligentes como a protagonista Julia? O abuso pode se manifestar de diversas formas, incluindo negligência emocional, críticas constantes, danos físicos e até abuso s3xual.
Algumas crianças podem crescer em lares onde as suas necessidades físicas são satisfeitas, mas a falta de afeto as deixa emocionalmente marcadas. Outras podem sofrer abusos verbais, ouvindo que não valem nada e são incapazes de realizar qualquer coisa. Com o tempo, elas podem internalizar esses abusos, lutando para formar relacionamentos saudáveis quando adultas. Por último, há o abuso físico e s3xual, mais evidente e devastador, que pode deixar um rastro de traumas para toda a vida.
Para aqueles que aceitaram Jesus como seu salvador, é importante lembrar que eles têm um Pai Celestial que deseja o seu bem-estar e, em última análise, usará todas as experiências, mesmo as mais dolorosas, para o seu crescimento (Romanos 8:28). Confiar em Deus pode parecer impossível para aqueles que nunca souberam o que é amar e confiar. Alguém nesta situação precisa apenas dar um pequeno passo em direção a Deus e dizer: “Quero aprender a amar e confiar em você – por favor, me ajude”. Não demorará muito para que um filho de Deus disposto a confiar Nele comece a sentir o Espírito Santo trabalhando em seu coração. Confiar em Deus, por mais desafiador que pareça, é o primeiro passo para a cura.
A instrução para honrar os nossos pais é repetida no Novo Testamento (Efésios 6:1), por isso sabemos que ainda se aplica a nós hoje. Mas como é na prática honrar pais abusivos?
Perdoar: O perdão é um passo crucial, embora possa parecer intransponível, especialmente para sobreviventes de abusos graves. A amargura pode criar raízes no coração, mas através do poder do Espírito Santo o perdão é possível. Deus entende nossa dor e nos convida a ser honestos com Ele sobre nossas lutas.
Orar: Orar pelo seu agressor pode ser transformador, ajudando você a encontrar empatia e compaixão, mesmo por alguém que o magoou profundamente.
Gerencie as expectativas: Deixe de lado a expectativa de que seus pais serão os pais ideais que você deseja. Aceite-os como eles são, por mais defeituosos que sejam.
Reconheça os aspectos positivos: reconheça quaisquer características ou ações positivas de seus pais, não importa quão pequenas sejam. Cultive uma atitude de gratidão por eles.
Evite conversas negativas: evite fazer comentários depreciativos sobre seus pais, especialmente em público ou para outros membros da família.
Estabeleça limites: se for seguro manter contato com seus pais, estabeleça limites claros para se proteger de maiores danos.
É importante entender que honrar pais abusivos não significa obedecer a todas as suas ordens. Famílias disfuncionais podem perpetuar padrões destrutivos, e libertar-se de tais ciclos é muitas vezes necessário para o próprio bem-estar. Mas esta separação não deve ser motivada pela vingança, e sim pelo desejo de segurança e cura.
Em última análise, é essencial focar em seu relacionamento com Cristo e buscar cura e orientação nEle. Embora honrar pais abusivos possa ser uma tarefa muito desafiadora, é possível através da graça de Deus. Ao honrar pais abusivos, demonstramos graça e compaixão diante da adversidade, refletindo o amor que Cristo mostrou a todos nós em nosso próprio pecado.
“E, se fazem o bem apenas aos que fazem o bem a vocês, que mérito têm? Até os pecadores agem desse modo.” (Lucas 6:33)
Referência: GotQuestions.org – Como honramos um pai abusivo?