Se7en
Pecados Capitais?
“Se7en” gira em torno de dois detetives – David Mills e William Somerset, que têm a tarefa de resolver uma série de assassinatos brutais. O assassino, John Doe, é um psicopata meticuloso e sádico que seleciona suas vítimas com base nos sete pecados capitais. À medida que Mills e Somerset investigam os crimes, eles se envolvem no jogo macabro e psicológico de John Doe, que os força a confrontar seus medos e questionar a natureza do bem e do mal.
A tensão e o suspense chegam a um clímax chocante e inesquecível enquanto os detetives correm contra o tempo para impedir John Doe de completar seu “sermão” mortal sobre as consequências do pecado.
Vamos falar sobre o tema do filme. O que são os 7 pecados capitais? Gula, ganância, preguiça, luxúria, orgulho, inveja e ira – têm sido um tema recorrente na teologia e filosofia cristã durante séculos. Eles representam os vícios humanos que podem nos afastar de Deus e nos levar a um estado de separação espiritual. Quase 30 anos depois de seu lançamento, “Se7en”, em sua descrição angustiante desses pecados, ainda nos fornece um espelho nítido para examinar nossos corações e ações.*
*Deveria ser óbvio, mas vamos dizer assim mesmo: embora acreditemos na existência e nas consequências prejudiciais dos 7 pecados capitais, não toleramos de forma alguma as ações do vilão.
Gula
“Não ande com os que se encharcam de vinho, nem com os que se empanturram de carne, pois os bêbados e os glutões se empobrecerão, e a sonolência os vestirá de trapos”. Provérbios 23:20-21
A gula, primeiro pecado retratado no filme, vai além de saciar a fome ou saborear uma boa refeição. Envolve exagerar na comida ou na bebida para a autogratificação, refletindo desejos desordenados que priorizam o prazer físico em detrimento do compromisso com Deus. Pode tornar-se uma forma de idolatria, substituindo Deus como a maior prioridade nas nossas vidas. A gula também leva a consequências físicas negativas, incluindo obesidade e doenças crônicas.
Para combatê-la, devemos praticar a temperança, que envolve autocontrole, moderação e resistência aos desejos excessivos. Esta virtude nos ajuda a encontrar um equilíbrio entre desfrutar os prazeres da vida e manter a nossa fé.
Ganância
“pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos.” 1 Timóteo 6:10
Ganância é o segundo assassinato do filme – do advogado de defesa corrupto. Significa um desejo insaciável de possuir mais, independentemente das nossas necessidades reais. É a busca incessante de riqueza material, muitas vezes levando à decadência moral através da desonestidade e da exploração. Tal como a gula, a ganância pode substituir Deus como o foco nas nossas vidas, resultando em vazio espiritual.
Para combater a ganância, cultivar o contentamento é essencial; devemos apreciar as nossas bênçãos em vez de desejar mais. Praticar a generosidade também ajuda; compartilhar recursos e ajudar os outros ecoa o princípio cristão de amar o próximo.
Preguiça
“Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento.” Provérbios 6:6-8
Então vemos o torturante assassinato da preguiça. Ela consiste em uma falta de entusiasmo pela fé, moralidade e crescimento pessoal. A preguiça leva à procrastinação, à negligência dos deveres e à evitação de esforços de crescimento pessoal e espiritual.
Para combatê-la, devemos cultivar virtudes como diligência, perseverança e zelo pela nossa fé. O que significa participar ativamente em práticas espirituais como a oração e a autorreflexão, envolver-se em atos de serviço e caridade, assumir responsabilidades, buscar crescimento moral e espiritual e alinhar as nossas vidas com os ensinamentos de Cristo.
Luxúria
Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo.” 1 Coríntios 6:18
Os horríveis assassinatos continuam com a morte da prostituta. A luxúria envolve um desejo intenso e desordenado por prazer sexual fora dos limites estabelecidos por Deus. Pode levar a ações pecaminosas, como sexo antes do casamento, adultério ou uso de pornografia. A luxúria desumaniza as pessoas, tratando-as como objetos de desejo em vez de reconhecer o seu valor como filhos de Deus. Espiritualmente, a luxúria pode criar uma barreira entre nós e Deus, causando culpa, vergonha e uma sensação de separação Dele.
Para combater esse pecado, a fé cristã promove a santidade, enfatizando, nesse caso, a sexualidade. A santidade exige pureza sexual, autocontrole e disciplina em nossos pensamentos, ações e desejos. Obviamente, precisamos da ajuda de Deus para resistir às tentações lascivas e sustentar esta virtude.
Orgulho
“O orgulho vem antes da destruição, o espírito altivo, antes da queda.” Provérbios 16:18
Depois vem o assassinato da modelo que escolheu o suicídio em vez de uma vida com o rosto desfigurado. O orgulho, nesse caso associado à vaidade, é uma autoadmiração excessiva pelas nossas habilidades, aparência ou realizações. Vai além da autoestima saudável, tornando-se uma obsessão pela autoimagem e valor próprio. A vaidade nos leva a buscar a aprovação e o elogio dos outros, valorizando o reconhecimento humano acima da aprovação de Deus. Espiritualmente, promove a orgulhosa independência de Deus, dificultando o reconhecimento da nossa dependência da Sua graça.
Para combater a vaidade, devemos nutrir a humildade – uma virtude que nos permite reconhecer os nossos limites, valorizar os outros e abraçar o serviço em vez da auto exaltação. Envolve buscar a aprovação e o contentamento divinos, em vez do louvor humano, de modo que o foco muda da aparência física para a beleza de um coração humilde e grato.
Inveja
“Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males.” Tiago 3:16
A inveja é o pecado que o serial killer definiu para si. A inveja é um sentimento de ciúme e ressentimento por quem tem aquilo que desejamos. Ela começa com comparações prejudiciais, levando a emoções negativas como amargura e infelicidade quando outros têm sucesso ou possuem o que nós desejamos. Pode prejudicar nossos relacionamentos ao promover a rivalidade em vez do amor e do apoio.
Para combater a inveja, devemos nutrir a gratidão, reconhecendo a providência de Deus e valorizando as nossas bênçãos ao invés de focar no que os outros ganharam. Somos chamados a celebrar o sucesso dos outros, oferecendo apoio genuíno e alinhando-nos com os ensinamentos de amor e compaixão de Cristo.
Ira
“Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha e não deem lugar ao Diabo.” Efésios 4:26-27
E a ira foi o último pecado, aquele que o assassino escolheu para o detetive Mills. A ira é uma raiva ou ódio intenso e descontrolado contra os outros, muitas vezes motivado pelo desejo de vingança. Procura prejudicar ou ferir outras pessoas em resposta a erros percebidos contra nós. Ela pode prejudicar relacionamentos, causando conflitos e distanciamento. Também perturba a paz interior e dificulta a experiência do amor e da graça de Deus. A raiva em si não é pecaminosa, mas a forma como ela é expressa pode ser.
Para combater a ira, devemos buscar o perdão e a reconciliação com aqueles contra quem nos iramos. Isto envolve reconhecer o dano causado por pensamentos e ações iradas e escolher o perdão e a reconciliação.
É sempre bom lembrar que nunca nos livraremos desses pecados apenas com nossos esforços. Simplesmente não temos as habilidades, a determinação e a sabedoria necessários para fazer isso sozinhos. Mas, se pedirmos humilde e honestamente a ajuda de Deus, Ele pode nos dar a força para mudar e nos tornarmos versões melhores de nós mesmos.
Se você se identificou com algum desses pecados, não fique preso no poço escuro e profundo que esses pecados te colocaram – Deus está estendendo sua mão para tirar você de lá. Pegue.