Yu Yu Hakusho
O que você sabe sobre autenticidade?
Escrito por Paladino
Recentemente, a Netflix lançou a aguardada série live-action de Yu Yu Hakusho. Na esteira da tendência de adaptar animes populares para produções com atores reais, a plataforma tem obtido êxito, como visto em One Piece, enquanto enfrenta desafios, como aconteceu com Death Note e Cowboy Beebop.
Para quem ainda não conhece Yu Yu Hakusho, a história gira em torno das experiências de Yusuke Urameshi, um jovem delinquente que aparenta desinteresse, mas, na verdade, usa essa atitude como uma máscara para esconder suas verdadeiras intenções em relação à vida dos outros.
Yusuke age de forma violenta e indisciplinada de propósito, acreditando que as pessoas não são autênticas quando estão sob observação. Isso fica evidente no caso do grupo de garotos intimidados por ele, que praticam bullying com outros alunos. Na frente dos adultos, eles se comportam de uma maneira, mas, pelas costas, revelam suas verdadeiras personalidades.
Essa dualidade se manifesta em outros personagens também. Sua amiga de infância finge não gostar dele, mas, na verdade, se preocupa profundamente. Sua mãe o trata como se fosse um incapaz, mas, secretamente, enxerga grandeza nele. Até mesmo seu rival, Kuwabara, tenta derrotá-lo para provar superioridade, quando, na realidade, admira Yusuke e luta para atrair sua atenção.
A discussão sobre autenticidade pode gerar inúmeros debates. Alguns afirmam que ser autêntico é falar o que se pensa, independentemente do conteúdo do assunto, enquanto outros argumentam que a autenticidade está em ser verdadeiro consigo mesmo, sem se deixar influenciar por restrições externas.
Ser autêntico é um desafio, e ainda mais desafiador é entender como alcançar essa autenticidade. Algumas escolhas que fazemos em relação ao que mostramos ou não para os outros não determinam automaticamente nossa sinceridade em relação às nossas convicções. Às vezes, o silêncio diante de uma situação pode ser um ato de sabedoria ou mesmo de educação. Por outro lado, situações que exigem uma resposta não podem sempre ser abordadas da maneira que desejamos, mas sim conforme a necessidade da situação.
Responder de forma áspera durante uma discussão não torna alguém mais sincero; na verdade, isso apenas revela imaturidade na resolução de conflitos, por exemplo. Assim, embora Yusuke acredite ser verdadeiro ao agir como deseja em relação às outras pessoas, isso evidencia mais sua juventude e falta de compreensão das nuances nos relacionamentos. Ele se engana ao não reconhecer sua verdadeira força e o cuidado genuíno que tem pelas pessoas em seus relacionamentos.
Ao refletirmos sobre esse tema e analisarmos nossas ações, é importante lembrar que a palavra de Deus faz uma distinção crucial. Em primeiro lugar, devemos agir de acordo com o que pregamos, prestando atenção em nossas palavras e buscando cumprir o mais próximo possível do que dizemos. Jesus destaca isso ao abordar a oração e o jejum praticados pelas pessoas.
Em ambos os cenários, seja aqueles que oram em praças públicas e esquinas ou os que oram em casa em seus quartos, buscam se relacionar com Deus. No entanto, a diferença está em que apenas um está buscando o relacionamento com o Senhor, sem desejar também os aplausos dos observadores externos.
A segunda consideração diz respeito à impulsividade de nossas ações. Para ser autêntico ao defender nosso ponto de vista, precisamos estar fielmente comprometidos com o que vivemos. Nem sempre vencer uma discussão ou reagir de forma impulsiva nos torna verdadeiros. Às vezes, calar-se ou suportar uma injustiça nos aproxima mais de Deus e nos torna autênticos por estarmos alinhados aos princípios que defendemos e acreditamos.
Nossa justiça não está vinculada ao que as pessoas esperam ou veem em nós, mas sim como agimos em relação à justiça que acreditamos que Deus proporcionará de acordo com nossas atitudes, mesmo que aparentemente saiamos perdendo em determinadas situações.
Um exemplo notável é o caso de Yusuke, que, ao sacrificar sua vida para salvar outra pessoa, deu o primeiro passo em direção à maturidade ao perceber que não estava sendo autêntico com suas atitudes, ao nutrir desprezo por pessoas que amava.
Se ele conversasse consigo mesmo, é bem provável que o seu eu do futuro dissesse pro seu eu do passado: “O que você sabe sobre Autenticidade?”