Divertidamente 2
De onde vem a minha identidade?
Quando uma luz vermelha piscante anuncia a chegada da “puberdade”, as emoções do primeiro filme — Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojo — ganham a companhia de Ansiedade, Constrangimento, Inveja e Tédio. A mente de Riley vira um caos enquanto ela enfrenta a adolescência. Enquanto o primeiro filme focava em gerenciar emoções básicas; a sequência fala sobre como crescemos e formamos nossas crenças e identidade.
Um tema interessante em Divertida Mente 2 é sua representação do “senso de identidade” como um conjunto de crenças sobre si mesmo. As autopercepções de Riley (“Eu sou uma vencedora”, “Eu sou gentil”, “Eu tenho medo às vezes”, “Eu preciso de ajuda”, “Eu sou uma boa pessoa”, etc.) se entrelaçam para formar sua identidade. No entanto, no filme, essas crenças são enquadradas apenas como declarações sobre o “eu”.
Timothy Keller, em seu livro “Deus na Era Secular”, aborda esse tema. Ele diz que nossa cultura nos incentiva a olhar para dentro para descobrir nossos desejos e sonhos. Que não precisamos da validação de ninguém, nem de padrões externos. Mas isso não é possível.
Precisamos de alguém de fora para nos conferir valor, e quanto mais importante essa pessoa for, mais ela influencia nosso senso de valor. Nossas crenças vêm de algum lugar, geralmente da nossa cultura ou comunidade. Nos encontramos através dos outros.
Como desenvolver a nossa identidade então?
Existem 3 caminhos: primeiro, os que olham para fora, para seu dever e papel na comunidade. Depois, os que olham para dentro, confiando na competição e modas para autoestima. A terceira opção é olhar para cima. O que importa não é o que a sociedade ou eu mesmo penso, mas o que Deus pensa.
O eu moderno, que olha para dentro, é esmagador. Precisa se basear no êxito, na conquista ou em algum relacionamento amoroso humano, e se qualquer uma dessas coisas for comprometida ou se perder, a pessoa fica sem a própria identidade.
O eu tradicional, que olha para fora, é sufocante, escravo do que a família ou “tribo” dizem que a pessoa deve fazer. E a tribo aqui pode ser qualquer grupo de influência ou ideologia.
Tanto um como o outro são inerentemente inseguros. Jamais conseguem desfrutar da paz plena nem serem ousados para “arriscar tudo” pelo bem e pelo correto.
“Pouco me importa se sou julgado por vós, ou por qualquer tribunal humano; de fato nem eu julgo a mim mesmo. Minha consciência está limpa, embora isso não me torne inocente. É o Senhor quem me julga.” (1Co 4;3,4)
Paulo rejeita tanto a identidade tradicional, que dá poder ao social, quanto a moderna, que se baseia na perspectiva pessoal. Ele condena tanto a tirania do grupo quanto a ditadura dos próprios desejos.
Paulo pode afirmar “quem me julga é o Senhor” com confiança. Por quê? Porque, diferente das culturas tradicional e secular, a identidade do cristão não é algo que se alcança, mas que se recebe.
E agora, em Cristo, entendemos que a pessoa que mais amamos no Universo nos ama profundamente. Aos olhos de Deus, na opinião do Único no Universo inteiro cuja opinião realmente conta, somos mais valiosos do que todas as pedras preciosas ocultas sobre a terra.
Andar com Deus significa que só Sua opinião importa. Se outros dizem algo negativo ou positivo, você não se sente destruído nem fica arrogante (2Co 12:10). Você se vê como pecador com fraquezas, mas também como cidadão celestial, filho do rei do Universo e amigo daquele que te criou (2 Co 4:17,18).
E como nós cristãos sabemos que isso é verdade? Jesus Cristo se esvaziou de sua glória e foi à cruz, sofrendo uma morte degradante a fim de que tivéssemos um nome e uma identidade que durem para sempre. Esse é o valor que temos para Ele.