A fé de Jane Austen
Você conhece essa escritora?
Jane Austen foi uma escritora, considerada uma das maiores romancistas da literatura inglesa do século XIX, autora de clássicos como “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade”.
Nasceu em 1775, na zona rural da Inglaterra. Era filha de Cassandra e George Austen, um reverendo anglicano que incentivava os oito filhos, inclusive as duas meninas, a estudarem.
Com 17 anos escreveu sua primeira obra “Lady Susan”. Em 1797, Jane Austen já havia escrito mais dois romances, “Orgulho e Preconceito” e “Razão e Sensibilidade”. Os textos foram oferecidos por seu pai a um editor, mas foram rejeitados.
Jane Austen morreu há mais de 200 anos, em 18 de julho de 1817, aos 41 anos. Deixou 6 livros publicados que já foram adaptados em mais de 40 filmes.
Irene Collins, que ensinou literatura inglesa por muitos anos na Universidade de Liverpool, observa que um “número sem precedentes de biografias de Jane Austen” falha em reconhecer um fato central sobre a autora: ela era uma pessoa profundamente religiosa. Suas convicções cristãs ou tem sido ignoradas ou mencionadas brevemente e com aparente relutância, como se representassem um tópico constrangedor, passível de tornar Jane Austen inacessível aos leitores atuais.”
Mas nenhum biógrafo deveria questionar a sinceridade de sua fé, como fica evidente em uma das orações que Jane escreveu em suas devocionais noturnas:
Dê-nos graça, poderoso Pai, tanto de orarmos como de merecermos ser ouvidos; de nos dirigirmos a ti com nossos corações e com nossos lábios. Tu estás presente em todo lugar, de ti nenhum segredo pode ser escondido. Que o conhecimento disso nos ensine a fixar nossos pensamentos em ti, com reverência e a devoção de que não oramos em vão.
Olhe com misericórdia para os pecados que cometemos nesses dias e, com misericórdia, faça-nos senti-los, para que nosso arrependimento seja sincero, e nossas resoluções firmes de nos empenhar em não os cometer no futuro. Ensina-nos a entender a pecaminosidade de nosso próprio coração, e trazer ao teu conhecimento cada falha de temperamento e cada mau hábito no qual temos incidido em prejuízo de nossos companheiros e no perigo de nossas próprias almas. Que possamos agora, e em cada noite, considerar como passamos o dia, quais têm sido nossos pensamentos, palavras e ações predominantes e até que ponto podemos nos inocentar do mal. Pensamos em ti de maneira irreverente, desobedecemos a teus mandamentos, negligenciamos alguma obrigação conhecida ou causamos dor a qualquer ser humano por vontade própria? Inclina-nos a fazer essas perguntas ao nosso coração, ó, Deus, e livra-nos de enganar a nós mesmos pelo poder ou a vaidade.
Dê-nos um senso de gratidão pelas bênçãos em que vivemos, dos muitos consolos de tua parte; que não mereçamos perdê-las por descontentamento ou indiferença.
Seja gracioso com nossas necessidades e nos guarde, e a tudo que amamos, do mal nesta noite. Que os doentes e aflitos sejam, agora e sempre, cuidados por ti; e, de coração, oramos pela segurança de todo aquele que viaja pela terra ou pelo mar, para o conforto e a proteção do órfão e da viúva, e que tua piedade seja mostrada sobre todos os cativos e prisioneiros. Acima de todas as outras bênçãos, ó, Deus, por nós mesmos e por nossos irmãos, imploramos a ti que acelere nosso senso de tua misericórdia na redenção do mundo, do valor daquela santa religião na qual fomos criados, e que nós, por nossa própria negligência, não joguemos fora a salvação que nos tem dado, nem sejamos cristãos apenas no nome. Ouça-nos, Deus poderoso, pelo nome daquele que nos redimiu, e ensina-nos assim a orar:
Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal.
Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém.