Alien Covenant – A rebelião da Criatura
Quando a criatura deseja tomar o papel de criador.
O ano é 2104, 11 anos após os eventos de Prometheus, e nos encontramos na Covenant, uma nave-colônia carregando 2.000 almas congeladas e 1.140 embriões em uma missão de colonização do planeta Origae-6. Ao longo do caminho, no entanto, uma “explosão de neutrino” danifica a nave e o androide de plantão, Walter, acorda a tripulação mais cedo.
Enquanto consertam os danos, a tripulação detecta um sinal de socorro em um planeta próximo. A tripulação decide mudar de rota e descobrir o que está acontecendo. O grupo que desce à superfície do planeta logo descobre, no entanto, que nem tudo é o que parece.
Estamos no planeta 4, uma colônia dos Engenheiros. Aqui encontramos perdido o androide David do filme anterior.
Se em Prometheus conversamos sobre a criação do Homem e porque estamos aqui, em Alien Covenant vamos ver mais sobre o que veio logo em seguida: a rebelião da criatura. O desejo de tomar o lugar do Criador.
A certa altura, perguntam a David: “Em que você acredita?” Sua resposta é “criação”. David em sua visão megalomaníaca, rejeita sua posição de criatura e quer ser Criador – um Deus.
David passou uma década manipulando geneticamente os aliens Xenomorfos – sua “obra-prima”. E seu complexo de Deus traz à vida algo ainda mais destrutivo – uma espécie que é a personificação do egoísmo e destruição, vive para sua satisfação e reprodução. E essa reprodução só pode acontecer destruindo outras vidas.
O filme nos ajuda a pensar sobre as consequências da rejeição do nosso papel de criaturas. Da nossa ambição de ser senhores de nós mesmos. Deuses. O avanço da ciência e tecnologia aumentou essa ilusão de independência e de importância.
Aqueles que pensam como David entendem que a humanidade é soberana sobre a vida; mas apenas Deus é soberano. Ele dá a vida e a tira. Não pertencemos a nós mesmos, mas a Ele. Ele nos criou à sua imagem e semelhança e nos deu leis morais com o intuito de preservar a dignidade e a santidade da vida humana.
Nós devemos servir a Deus com o nosso intelecto e não procurar ocupar o Seu lugar. Dessa forma, o objetivo da ciência e tecnologia é melhorar a qualidade de vida, não cria-la. Deus nos fez mordomos, mantenedores da vida, e não engenheiros dela.
Alien Covenant serve então como um conto de advertência. Vemos que o horror não foi encontrado nos confins desconhecidos do vazio escuro e frio do espaço, mas sim no endurecido coração humano.