Aquaman
Ambição x Abnegação.
“Aquaman” (2018) é uma épica aventura de super-heróis que mergulha nas profundezas dos oceanos para contar a história de Arthur Curry. Criado entre dois mundos, o meio-humano e meio-atlante, Arthur relutantemente aceita seu destino como o herdeiro do trono de Atlântida. Quando seu meio-irmão, Orm, planeja unir as sete nações submarinas para declarar guerra à superfície, Arthur é forçado a confrontar sua identidade e embarcar em uma jornada perigosa para se tornar o Aquaman.
Normalmente os filmes de origem começam menores e pegam um vulto mais épico e grandioso nas sequências. Aquaman não, já termina o primeiro filme com uma batalha entre os 7 reinos e um kaiju gigante.
O destaque do filme são seus efeitos visuais. Sob a direção habilidosa de James Wan, o filme oferece sequências subaquáticas visualmente deslumbrantes e ricas em detalhes, transportando o público para os reinos submersos de Atlântida. Gostei demais desse mundo subaquático que eles construíram. Já o ponto fraco pra mim foi a atuação dos protagonistas. Não chega a atrapalhar, mas claramente podia ser melhor.
A reflexão mais interessante do filme são os contrastes entre Arthur e seu meio-irmão Orm:
Arthur é filho de um humano e a rainha atlante. Sua herança mista o coloca entre dois mundos, e sua jornada é marcada pela aceitação de sua identidade como herdeiro legítimo de Atlântida. Já Orm nasceu da realeza atlante. Ele representa a linhagem pura dos governantes de Atlântida.
Arthur assume a liderança de maneira relutante, mas ao longo da jornada, ele se transforma em um líder altruísta, buscando unir diferentes reinos e nações. Já Orm busca liderar Atlântida de maneira autoritária, buscando a unificação das nações através da força e da dominação.
A jornada de Arthur é marcada por seu desenvolvimento pessoal, desde um herói relutante até o verdadeiro Aquaman, capaz de unir os reinos e defender ambos os mundos. Já Orm não muda, mantém sua visão inicial de superioridade atlante até sua derrota final.
Se a gente for descrever a trajetória de cada personagem com uma palavra seria:
Arthur – Abnegação
Artur: Pare! Você está certo, eu sou um vira-lata mestiço. Mas não vim aqui porque me achava digno. Eu sei que não estou.
Karathen: Nenhum mortal conversou comigo desde o Rei Atlan. Quem é você?
Artur: Eu não sou ninguém. Vim porque não tive escolha. Vim para salvar minha casa e as pessoas que amo. Vim porque o Tridente é a nossa única esperança.
Orm – Ambição
Orm: Junte-se a mim ou morra!
Brine King: E você espera que eu o chame de Sua Alteza?
Orm: Não Alteza. Me chame de… Mestre do Oceano.
Arthur luta por amor, para defender outras pessoas e não por si mesmo. Orm luta por ambição, para conquistar mais, pelo prazer de subjugar aqueles de quem não gosta.
“Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos.” (Filipenses 2:3)
A diferença entre Orm e Arthur em “Aquaman” reflete claramente o princípio bíblico de Filipenses 2:3. Enquanto Arthur, se desenvolve ao abraçar sua herança dual com humildade e um senso de dever e amor, Orm, é impulsionado por uma ambição descontrolada. Orm busca consolidar seu poder de forma autoritária, guiado por uma altivez que o leva a conflitos destrutivos.
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.” (Provérbios 16:18)
“Pois onde há inveja e ambição egoísta, aí há confusão e toda espécie de males” (Tiago 3:16)