Blade Runner
“Vaidade das vaidades”
A história se passa na distópica Los Angeles, por volta de 2019(!). Rick Deckard, um Blade Runner, é chamado para eliminar um grupo rebelde de replicantes (um tipo de androide humano). Os replicantes foram criados para realizar trabalho escravo em colônias fora da Terra e a lei os proíbe de viver aqui. Mas Roy Batty leva o seu grupo rebelde à Terra para tentar convencer seu criador, Tyrell, a estender suas vidas de quatro anos.
Lutando com um amor intenso pela replicante Rachael, mas vinculado ao seu dever de defender a lei, Deckard deve repensar suas opiniões sobre o que significa ser humano, enquanto ele caça seus alvos androides.
Blade Runner é um filme lento. Se você é um espectador que tem dificuldade com isso, pode ficar entediado durante partes da aventura de Deckard. Mas o filme é visualmente um espetáculo (pra época que saiu) e traz alguns temas interessantes.
O tema que eu queria abordar aqui vem de um monólogo no final do filme. Momentos antes da sua própria morte, o replicante Roy reflete sobre suas experiências e mortalidade iminente:
Me deu uma vontade de acrescentar: “Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade.” Ou “Que grande inutilidade!”, diz o mestre. “Que grande inutilidade! Nada faz sentido!”
Eclesiastes. Seu autor explica o ciclo da vida, observando como cada geração vai e vem, se esforçando e buscando sentido e propósito, mas morre assim mesmo, sem nem deixar uma memória duradoura (Eclesiastes 1.11). O autor continua detalhando sua riqueza e buscas por prazer e significado, descrevendo como nada estava fora de seu alcance ou capacidade, e ainda assim, ele conclui que toda essa busca era vaidade, sem sentido.
Se a vida é simplesmente um esforço diário repetitivo e depois a morte e o esquecimento, qual é o seu sentido? Dá pra encontrar alguma esperança e propósito no final das contas?
Sim, dá. A gente encontra esperança, significado e propósito em Deus quando Ele nos conecta à Sua história. Eclesiastes ecoa a mensagem do Evangelho de que somos mais pecadores do que jamais pensamos, porém, mais amados do que jamais poderíamos imaginar. Na queda, buscamos independência de Deus ao querer definir nosso próprio caminho, buscando significado e propósito à parte de nosso Criador.
Marcos 8.35-37 resume bem o dilema de Eclesiastes: “Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a vida por minha causa e pelo evangelho, a salvará. Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma?”
Embora nossas vidas pareçam curtas e rápidas, nossa esperança é encontrada nos planos e no tempo de Deus, que nos amou e ordenou nossas vidas e “todos os assuntos debaixo do céu” (Eclesiastes 3.1).