Caminhos da memória
Quem vive de passado é museu
Em um futuro próximo, Miami está quase submersa pelo mar e a vida na Terra se tornou ainda mais difícil. Enquanto isso, o cientista Nick Bannister (Hugh Jackman) descobre uma tecnologia que possibilita reviver o passado. Então ele oferece aos seus clientes a chance de “reviver” memórias antigas.
Um dia ele se apaixona completamente por uma nova cliente, Mae (Rebecca Ferguson), mas ele não sabe realmente quem ela é. Mae some sem deixar vestígios, mas Nick está determinado a encontrá-la. Ele continua cavando, olhando em cada canto escuro, pesquisando cada memória até encontrar algum um vestígio de sua amada.
Um filme “noir” misturado com ficção científica. Premissa interessante, mas…
Não entendi qual é a importância da submersão da cidade pelo aquecimento global para a condução da narrativa. A população trocou o dia pela noite porque ficou muito quente, mas uma boa porção do filme acontece durante o dia. Ué? Achei que esse futuro “distópico” não acrescenta muito a história central.
Também achei que colocaram muito foco nos efeitos especiais e pouco foco na narrativa que ficou um pouco cansativa e repetitiva. Não aprofundaram os personagens e eu acabei não simpatizando muito com eles nem dando muito crédito ao romance.
O tema central do filme é a nossa atitude com relação ao passado. Precisamos aprender com o nosso passado e seguir em frente. Como Benjamin Franklin afirmou uma vez: “Aqueles que não aprendem com a história estão condenados a repeti-la”. Aprenda, mude e siga em frente; não se prenda ao passado. Porque se não tivermos cuidado, o passado pode nos consumir. Pode nos cegar e aprisionar.
Quando se trata de nossa vida em Cristo, Deus não vive no passado. Ele não se prende aos nossos erros antigos. Quando nos arrependemos e pedimos perdão a Deus pelos nossos pecados, o passado se torna passado.
“Sou eu, eu mesmo, aquele que apaga suas transgressões, por amor de mim, e que não se lembra mais de seus pecados.”
Isaías 43.25
O Espírito Santo também nos testifica a este respeito. Primeiro ele diz: “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor. Porei as minhas leis em seus corações e as escreverei em suas mentes”; e acrescenta: “Dos seus pecados e iniquidades não me lembrarei mais”. (Hebreus 10.15-17)
Outra questão é que a visão de mundo de Nick, “todos os finais são tristes”. Não são não Nick, há felicidade no final da jornada de todos aqueles que creem que Jesus é nosso Senhor e Salvador.
Tem mais. O filme sugere que a última escolha de Nick, reviver suas memórias com Mae até que ele morra, é uma escolha válida. Mas não é. Nick está preso em seu passado. Ele fez de Mae, e de seu relacionamento com ela, um “deus” e ninguém mais importa.
Isso é pecado e não é nada saudável. Todos nós vamos passar por isso. Alguém que amamos vai morrer. E todos nós vamos encontrar, em nosso excelente Consolador, nosso caminho para superar o luto. Deus está sempre conosco: Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem. (Salmos 23.4)
Agora imagine o contrário, se você viesse a falecer. Você prefere que seus entes queridos fiquem presos na memória de seu relacionamento com eles ou gostaria que eles seguissem em frente e encontrassem muitos outros motivos para sorrir e encontrar alegria em suas vidas?
Segura essa resposta! Meu próximo Pitacos falará sobre um filme que termina de forma bem diferente desse aqui. Um final muito melhor: Up – Altas Aventuras