Capitão América – Primeiro Vingador
As aparências enganam
Quando conhecemos Steve Rogers (Chris Evans), ele é um jovem magrelo e de saúde frágil que quer desesperadamente se alistar no exército e lutar por seu país. Steve não quer lutar por causa de algum tipo de idealismo ou patriotismo equivocado. Ele quer lutar porque, como alguém que sofreu bullying a vida toda, ele quer fazer o que é certo e se opor aos nazistas – os valentões da Europa.
Apesar de ser continuamente rejeitado pelo exército, ele persevera. Quando surge a oportunidade de ser o primeiro voluntário em um experimento de super-soldados, ele aproveita a oportunidade. E o frágil Steve Rogers se torna o sobre-humano Capitão América. Bem a tempo de enfrentar a Hydra, uma ramificação dos nazistas, liderada pelo vilão Caveira Vermelha (Hugo Weaving).
Estou revendo todos os filmes para esta série de posts e, embora eu já saiba que reassistir alguns desses filmes vai ser uma tarefa chata, esse aqui foi realmente divertido. Eu não me importei nem um pouco em rever esse filme. E não consigo pensar em nada negativo para dizer sobre ele.
Todos neste filme, desde os protagonistas até os atores coadjuvantes, atuaram bem. E o cenário também contribui. O cenário da Segunda Guerra Mundial é quase um personagem em si mesmo. Mas é uma questão subjetiva, eu gosto de filmes que se passam nesse período da história. E ao contrário de filmes mais contemporâneos, o cenário permite que os mocinhos sejam mocinhos e os bandidos sejam bandidos. É quase uma ideia estranha em nossos tempos modernos que os heróis ajam como heróis. Isso é algo que eu valorizo nesse filme.
Na verdade, é um alívio que nosso protagonista não tenha recebido uma personalidade contemporânea. Em vez de fazer do Capitão América um personagem com valores e atitudes nos tons de cinza atuais, o filme manteve sua visão de mundo “antiquada”. Coincidindo com suas origens bastante humildes, ele é definitivamente um bom rapaz e mal rouba um beijo de sua amada antes de sacrificar sua vida pelo bem da humanidade.
No centro desse filme está a história de um jovem que foi escolhido para fazer a diferença. Ele não foi escolhido porque era o maior, mais forte ou mais bonito. Ele foi escolhido por seu coração, seus valores. O doutor Erskine, o homem por trás do projeto do super soldado, diz para Steve: “Um homem fraco conhece o valor da força… e conhece a compaixão”. E antes que o procedimento comece, Erskine faz Steve prometer uma coisa: “Que você vai continuar sendo quem você é. Não um soldado perfeito, mas um bom homem.” Steve faz exatamente isso, esforçando-se para ser um “bom homem” durante todo o filme – coroando seus esforços com um ato de sacrifício heroico.
Vendo esse filme, não tem como não lembrar da história do rei Davi no Antigo Testamento. Quando Deus enviou Samuel à família de Jessé para escolher um rei, Samuel estava ansioso para selecionar o filho mais velho, Eliabe, que era alto, forte e o primogênito.
Saul, o primeiro rei de Israel, era alto e bonito. Samuel poderia estar procurando por alguém como Saul, e a aparência de Eliabe era bastante impressionante. Mas Deus tinha um homem diferente em mente para ungir como rei de Israel.
E Deus disse a Samuel: “Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração”. (1 Samuel 16.7)
Deus olha para o coração. O coração nas Escrituras é a vida moral e espiritual interior de uma pessoa. Provérbios 4.23 explica que tudo o que fazemos flui de nossos corações. O coração é o núcleo, a essência interior de quem somos: “O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração” (Lucas 6.45).
Samuel olhou para todos os sete filhos mais velhos de Jessé, mas o Senhor rejeitou todos eles. Deus estava procurando por alguém que tivesse um coração fiel. Davi, o filho mais novo de Jesse, a quem eles nem se deram ao trabalho de chamar, estava cuidando das ovelhas. Então, eles mandaram chamar Davi, e o Senhor disse: “É este!” (1 Samuel 16.12).
Davi foi a escolha de Deus – imperfeito, mas fiel, um homem segundo o coração de Deus. Embora a Bíblia diga que ele tinha boa aparência (versículo 12), Davi não era uma figura marcante. Mas em seu tempo sozinho nos campos, pastoreando os rebanhos, Davi conheceu Deus como seu Pastor (ver Salmo 23).
As aparências podem enganar. A aparência externa não revela como as pessoas realmente são. A aparência física não nos mostra o valor, o caráter, a integridade ou a fidelidade de uma pessoa a Deus. As qualidades externas são, por definição, superficiais. Considerações morais e espirituais são muito mais importantes para Deus.
Capitão América nos diz que músculos e escudos bacanas são ótimos e tudo mais, mas o verdadeiro heroísmo vem de dentro – do coração. E ele nunca sai de moda.