Encanto
Abuela Alma Madrigal, seu marido e trigêmeos recém-nascidos foram forçados a fugir de casa, mas seu marido foi morto na fuga e ela foi deixada sozinha com seus filhos. Naquele instante Abuela recebeu uma vela mágica. A vela, então, ajudou a criar o lar em que a família Madrigal vive, e a partir desse momento, cada membro da família recebe poderes mágicos quando atinge uma certa idade.
Mirabel é a única pessoa da família que não foi abençoada com poderes mágicos. À medida que o filme se desenrola, a casa que é o símbolo da família começa a rachar. Mirabel é quem percebe as rachaduras e tenta descobrir qual é a causa.
Este filme é visualmente impressionante, a animação é linda e colorida, os personagens são divertidos e há uma história forte e sincera no centro – a importância da família.
Enquanto muitas pessoas amam a música de Lin-Manuel Miranda, eu pessoalmente acho as músicas difíceis de entender. As músicas são animadas, mas as palavras ficam emboladas e eu não consegui entender exatamente o que algumas músicas queriam dizer.
Mas a parte mais verídica do filme foram as capivaras e seu temperamento zen, sempre “de boas”. hehe
De onde vem o nosso valor?
Como dizem a Bíblia e o Homem-Aranha, os dons e talentos vêm com responsabilidade: se você recebeu muito, deve usar esses dons com sabedoria e para o benefício dos outros. Assim é com a família Madrigal, que usa suas habilidades para ajudar a cidade ao seu redor.
Mas somos falhos e o que era pra ser bom é corrompido. Abuela se torna muito rígida com relação aos talentos, chegando ao ponto de exilar seu filho Bruno por achar que seu talento não contribuía para a missão da família.
Corrompemos nossos dons com a pressão da performance perfeita. Sem tolerância alguma para erros. O próximo passo é inevitável – começamos a classificar as pessoas com base em seus dons e desempenho. Se você não tem um dom especial, então será rejeitado ou menos amado como Mirabel.
Deus não nos ama por causa do que podemos fazer. Na verdade, não há nada que possamos fazer para ganhar seu amor. Então, por que Ele nos ama?
Porque Deus é amor e ele escolheu nos criar e compartilhar desse amor conosco. Ele demonstrou seu amor dando-o àqueles que se rebelaram contra ele desde a sua criação. Mas o amor de Deus não é sentimental ou romântico. É amor ágape, o amor do auto sacrifício.
Ele demonstrou esse amor sacrificial enviando Seu Filho para morrer por nossos pecados (1 João 4:10), perdoando-nos por nossa rebelião e enviando Seu Espírito Santo para habitar dentro de nós, capacitando-nos a amar como Ele ama. Ele fez isso apesar do fato de que não merecíamos. “Mas Deus demonstra o seu próprio amor por nós nisto: sendo nós ainda pecadores, Cristo morreu por nós” (Romanos 5.8).
É assim que Deus nos vê e nos ama, e é assim que devemos amar uns aos outros. Nosso valor não está ligado ao que podemos fazer, mas a quem somos para Deus.
Como agradar a Deus com nossos dons?
Continuando nossa análise do filme Encanto, podemos ver que alguns dos Madrigais estavam se esforçando ao máximo para agradar a família com os seus dons. Sempre com medo de falhar e decepcionar, meio que tentando manter seu valor na família através seus talentos.
Se na família Madrigal o problema era o super-desempenho. Temos valor porque Deus nos criou e morreu por nós. Temos valor porque Deus nos ama. A cada um Deus deu talentos e dons específicos e não espera super-desempenho de nenhum de nós. Ele conhece nossos limites e o que conseguimos fazer ou não.
Agora, isso não significa que podemos simplesmente relaxar e ter um desempenho baixo. Ou seja, usar nossos dons só quando nos convém. Por que fazer menos do que poderíamos é um problema? Porque mostra o que está (ou não está) em nossos corações. Quando amamos alguém, fazemos todo o possível para fazê-lo feliz, não importa se é um filho, um cônjuge ou um pai. Fazemos o que podemos para que eles permaneçam satisfeitos e cuidados. Aprendemos seus gostos e desgostos e agimos de acordo.
Agora, quando aprendemos quem é Deus e o quanto Ele sacrificou por amor a nós, tudo o que podemos fazer é cair de joelhos e amá-Lo de volta. Como podemos demonstrar nosso amor? Fazendo o que podemos para agradá-lo, aprendendo seus gostos e desgostos e agindo de acordo.
É por isso que nossos atos são importantes, eles mostram o que se passa em nossos corações. Se não estamos usando nossos dons ou usando de forma egoísta, estamos enviando uma mensagem clara – nós nos amamos muito mais do que amamos a Deus. E em um mundo criado por Ele, viver egoisticamente é uma receita para o fracasso, dor e tristeza.
O desempenho excessivo mostra que estamos nos esforçando demais para ganhar um amor que nos foi dado gratuitamente na cruz. E o baixo desempenho nos mostra que podemos não estar amando a Deus tanto quanto Ele merece. Já o desempenho egoísta mostra que nos colocamos no trono de nossas vidas e deixamos Deus de lado.
Que Deus renove em nós todos os dias o maravilhoso conhecimento de seu amor por nós e nos mantenha no centro da Sua vontade.