Equilibrium
Porque precisamos das emoções?
A história de Equilibrium se passa em um futuro distópico, onde o governo totalitário de Libria decide eliminar as emoções humanas para evitar novos conflitos. Depois de uma devastadora Terceira Guerra Mundial, a humanidade passa a usar obrigatoriamente uma droga chamada Prozium, que suprime sentimentos, e proíbe qualquer forma de expressão emocional, como arte, música e literatura. O protagonista, John Preston, é um “Clérigo Grammaton”, um agente de elite encarregado de destruir tudo o que possa despertar emoções e eliminar quem desobedece às regras. Mas, ao deixar de tomar sua dose de Prozium, Preston começa a sentir emoções, o que o faz questionar o sistema opressor e o papel que ele mesmo desempenha nele.
É um filme mais antigo e não tão conhecido, mas nos faz refletir sobre o valor das nossas emoções. Vamos lá.
No universo de Equilibrium, as emoções são vistas como a raiz de todos os males — uma ameaça à paz e à estabilidade. Mas a Bíblia nos mostra que as emoções não são só uma parte importante do que nos faz humanos, elas também mostram como Deus é. A Bíblia descreve Deus como alguém que sente: Ele ama (João 3:16), se entristece (Gênesis 6:6), se ira (Êxodo 34:6-7), se compadece (Salmos 103:13) e se alegra (Sofonias 3:17). Quando Deus nos criou à Sua imagem e semelhança (Gênesis 1:27), Ele nos deu a capacidade de sentir emoções para que pudéssemos refletir quem Ele é e nos conectar de forma profunda com Ele e com os outros.
O amor como essência da vida cristã
Enquanto Equilibrium apresenta as emoções como algo perigoso, a Bíblia nos mostra que o amor é o centro de tudo o que Deus nos chama a viver. Jesus disse que o maior mandamento é amar a Deus com todo o nosso coração, alma e entendimento, e amar o próximo como a nós mesmos (Mateus 22:37-39).
O amor não é apenas um sentimento – é uma escolha e uma atitude que vem de um coração transformado por Deus. No filme, ao suprimir as emoções, as pessoas perdem a capacidade de se conectar umas com as outras, tornando-se frias e desumanizadas. Isso nos lembra que sem amor e compaixão, a vida perde o sentido e vira algo mecânico e vazio.
O perigo do endurecer o coração
O que o filme mostra sobre não ter emoções é parecido com o que a Bíblia chama de “coração endurecido“. Quando rejeitamos os sentimentos que Deus nos deu, podemos ficar insensíveis à voz do Espírito Santo e ao sofrimento dos outros. Paulo fala sobre isso em Efésios 4:18-19. Em Equilibrium, a falta de emoções cria uma sociedade apática, onde ninguém se importa com o sofrimento do outro.
Por outro lado, Jesus nos mostrou perfeitamente o que é ter compaixão. Em Mateus 9:36, vemos que Ele “sentiu compaixão” pelas pessoas, porque elas estavam “perdidas e desamparadas, como ovelhas sem pastor”. Foi essa compaixão que fez Ele curar, alimentar e ensinar as pessoas.

Emoções guiadas pelo Espírito Santo
As emoções são um presente de Deus, mas a Bíblia também nos alerta que elas podem nos levar ao pecado quando não são controladas. Sentimentos como ira descontrolada, inveja ou medo podem nos afastar da vontade de Deus. Por isso, Paulo nos lembra, em Gálatas 5:22-23, que o fruto do Espírito inclui o domínio próprio. Não devemos deixar que as emoções tomem conta de nós, mas também não devemos ignorá-las. Elas são ferramentas valiosas que, quando guiadas pelo Espírito Santo, nos ajudam a viver de acordo com a vontade de Deus.
Jesus é o melhor exemplo de como podemos usar bem nossas emoções para glorificar a Deus. Ele chorou pela morte de Lázaro (João 11:35), se alegrou com Seus discípulos (Lucas 10:21) e até demonstrou ira ao ver o templo sendo desrespeitado (João 2:13-16). Suas emoções nunca foram pecaminosas, mas sempre alinhadas com o propósito do Pai. Da mesma forma, somos chamados a usar bem nossas emoções para mostrar o amor e a compaixão de Deus.
Mais do que evitar o sofrimento, somos chamados a enfrentar o mundo com coragem, confiando no amor e no poder de Deus. Como Paulo diz em Colossenses 3:14: “Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito.” Que possamos usar nossas emoções como instrumentos para glorificar a Deus e viver o propósito que Ele tem para as nossas vidas.