Harry Potter 1-2
HP e a Pedra Filosofal
Harry Potter (Daniel Radcliffe) é um garoto órfão de 10 anos que vive infeliz com seus tios, os Dursley. Até que, repentinamente, ele recebe uma carta contendo um convite para ingressar em Hogwarts, uma famosa escola especializada em formar jovens bruxos. Inicialmente Harry é impedido de ler a carta por seu tio Válter (Richard Griffiths), mas logo ele recebe a visita de Hagrid (Robbie Coltrane), o guarda-caça de Hogwarts, que chega em sua casa para levá-lo até a escola. A partir de então Harry passa a conhecer um mundo mágico que jamais imaginara, vivendo as mais diversas aventuras com seus mais novos amigos, Rony Weasley (Rupert Grint) e Hermione Granger (Emma Watson).
HP e a Câmara Secreta
De férias na casa de seus tios Dursley, Harry Potter (Daniel Radcliffe) recebe a inesperada visita de Dobby, um elfo doméstico, que veio avisá-lo para não retornar à Escola de Magia de Hogwarts, pois lá correrá um grande perigo. Harry não lhe dá ouvidos e decide retornar aos estudos, enfrentando um 2º ano recheado de novidades. Uma delas é a contratação do novo Professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Gilderoy Lockhart (Kenneth Branagh), que é considerado um grande galã e não perde uma oportunidade de fazer marketing pessoal. Porém, o aviso de Dobby se confirma e logo toda Hogwarts está envolvida em um mistério que resulta no aparecimento de alunos petrificados.
E assim começa a saga Harry Potter. Nos próximos posts vamos conversar mais sobre os filmes. Aliás, eu não li os livros, pelo menos não nos últimos 10 anos, então minhas críticas vão ser baseadas somente nos filmes mesmo.
As duas histórias são parecidas: algo de errado está acontecendo em Hogwards, mas os adultos não estão seguindo as pistas certas. Então nosso trio Harry, Hermione e Ron, decidem investigar e resolver a questão por conta própria. No primeiro filme, para impedir que Voldemort consiga obter a pedra filosofal e no segundo, encontrar a Câmara Secreta e impedir que mais alunos sejam capturados ou petrificados.
Tecnicamente os filmes são muito bem-feitos, os efeitos visuais eram de primeira (embora hoje pareçam um pouco datados). E pra quem não leu os livros, os filmes têm um enredo tranquilo de acompanhar, mesmo apresentando um mundo tão diferente do nosso.
Quanto às atuações, os atores adultos são experientes, mas Daniel e Rupert ainda não estão confortáveis em seus novos papéis. Emma Watson, ao contrário, já brilha desde o início (É LeviOsa, não LeviosA).
O que mais me incomodou nesses dois primeiros filmes foi a desobediência premiada. Nos dois filmes os professores, em vários momentos, dão ordens claras que o nosso trio escolhe desobedecer. “Ah mas se eles não desobedecessem o mal venceria, pois os adultos não conseguiam enxergar o perigo.”
O nosso trio, de fato, tem uma atitude heroica e corajosa de enfrentar o mal mesmo não tendo a experiência e a competência dos adultos. É inquestionável os valores de bravura e auto sacrifício dos três. Mas eles ainda são crianças e seria, no mínimo irresponsável, que seus professores os premiassem pela desobediência. Por quê? Porque a premiação os incentivaria a quebrar as regras de novo agora que eles sabem que tem passe livre contanto que “dê tudo certo” no final. Mas a função do professor, que no caso aqui também é tutor, é ensinar e proteger. Dessa vez deu tudo certo, mas eles são inexperientes e muito novos, na próxima eles podem morrer. Não tem como incentivar esse tipo de comportamento.
“Ah mas não tinha como fazer diferente.” Tinha sim, tanto é que Boku no Hero foi lá e fez.
A história segue Izuku Midoriya, um menino que nasceu sem individualidade (superpoder) em um mundo onde 80% da população tem algum tipo de poder, mesmo assim ele sonha em se tornar um super-herói. Após ajudar o maior herói do mundo a capturar um vilão, este compartilha os seus poderes, o One for All, com Izuku depois de reconhecer o seu valor e o ajuda a se matricular em uma escola para heróis em formação (a U.A).
Como em Harry Potter, aqui também temos jovens aprendendo a lidar com os seus poderes em uma escola. E da mesma forma que em HP, os vilões aparecem e nosso protagonista e seus amigos, todos ainda adolescentes, se envolvem nas batalhas desobedecendo as ordens dos seus professores.
Como Boku no Hero lida com isso? Os professores elogiam a bravura de seus alunos, mas todos são punidos pela desobediência. Os valores que os alunos demonstraram são reconhecidos, mas eles também precisam pagar por quebrar as regras. As punições começam leves, mas aumentam conforme os alunos continuam desobedecendo. Até que chegamos ao ponto de os alunos entenderem o recado. Até se envolvem, mas não desobedecem.
E essa é uma lição muito melhor, principalmente para o público jovem (o público-alvo) que está assistindo a saga HP.