Jedi x Sith
Qual é o melhor código?
Ao longo da saga Star Wars, aprendemos que existem dois grupos: os Jedi e os Sith. Ambas as facções usam a Força para manipular o mundo ao seu redor, e cada uma acredita que está do lado certo da disputa. Naturalmente, existem algumas diferenças entre eles, e vemos isso em seus códigos.
O Código Jedi:
Não há emoção, há paz.
Não há ignorância, há conhecimento.
Não há paixão, há serenidade.
Não há caos, há harmonia.
Não há morte, há a Força.
Por milênios os Jedi foram os guardiões da paz na galáxia, e seu impacto foi sem dúvida positivo. Mas, talvez como uma reação aos Sith, a Ordem tornou-se cada vez mais dogmática e rígida com seu Código. Vemos o ponto alto desse problema nos últimos dias da República (Trilogia Prequel).
A saga Star Wars gira em torno de Anakin Skywalker. Um indivíduo de poder inigualável na Força, ele é tratado como um pária pelo Conselho Jedi durante todos os seus anos na Ordem. Ele cria laços – com sua mãe, seu mestre Jedi, sua padawan, sua esposa (proibida) – e suas emoções conduzem suas ações.
Agora o que seria melhor? Ensiná-lo a lidar com suas emoções, reconhecê-las e trabalhá-las ou negá-las e reprimi-las até que explodam em um acesso de raiva enquanto ele brande seu sabre de luz? Anakin deveria ter aprendido a lidar com suas emoções – em vez de ser envergonhado, restrito e marginalizado. Existe realmente alguma surpresa dele ter abraçado o lado sedutor dos Sith?
Temos também os rígidos e frios membros do Conselho Jedi na Trilogia Prequel e nas Guerras Clônicas. Isso levanta a questão, o jedi deve se separar emocionalmente da galáxia que está tentando servir e proteger? Mas pode um Jedi ou a Ordem realmente se importar com a galáxia se eles não tiverem nenhum apego a ela? A abnegação faz sentido sem laços?
E para fechar, qualquer investigação da filosofia ou ensinamentos Sith tornou-se estritamente proibida – nem mesmo o Mestre Yoda realmente sabia como os Sith operam ou como o Lado Negro funciona. E por causa desse medo de “olhar para o abismo”, eles eram frequentemente pegos de surpresa sempre que os Sith agiam.
Agora, vamos olhar para o Código Sith:
Paz é uma mentira, só existe paixão.
Através da paixão, ganho força.
Através da força, ganho poder.
Através do poder, ganho a vitória.
Através da vitória, minhas correntes se rompem.
A Força me libertará.
O Código Sith é projetado para contrastar com o dos Jedi. Esse fato é significativo, porque – embora os próprios Sith não o reconheçam – indica que os Sith são definidos pelo que não são, e não pelo que são.
Começa com a declaração “Paz é uma mentira. Só existe Paixão“. Esta frase diferencia os Sith dos Jedi, porque eles abraçam suas emoções e as usam como combustível para o lado negro. Isso é mais bem ilustrado por meio do debate sobre o apego emocional; os Jedi rejeitam o apego porque o consideram uma emoção de interesse próprio, enquanto os Sith o celebram porque acreditam ser a única forma de amor que beneficia um indivíduo.
Para eles, as emoções são valiosas não por si mesmas, mas porque levam à Força – e ao poder. Os Sith acreditam que raiva, ódio, luxúria, orgulho e todas as outras emoções tornam um ser forte. Até o próprio Palpatine admite que esta foi a razão pela qual o Império Sith entrou em colapso; cada Sith é focado em si mesmo, interessado apenas em seu próprio status e poder, competindo contra todos os outros. Os Sith podem ter travado uma guerra contra os Jedi, mas eles se derrotaram com seu interesse próprio inato, fazendo com que se voltassem uns contra os outros.
Obs: O Código Sith não foi criado por George Lucas; mas por David Gaider, um dos escritores que trabalhou nos jogos: Knights of the Old Republic. Reconhecendo as imagens nazistas inerentes ao Império e aos Sith, ele se voltou para as páginas de Mein Kampf, de Adolf Hitler, e criou uma sociedade centrada puramente na força e no poder. O Código Sith – pretendia ser uma inversão do Código Jedi.
Então, o Jedi, em essência, é uma mistura de monges budistas e estoicos – sem emoção, desapegados dos prazeres mundanos e crentes em uma Força efêmera interconectada. Qui-Gon Jinn é frequentemente descrito como “estoico”. Quando encontramos Yoda pela primeira vez em “Império”, ele mostra bem estoico em sua interação com Luke. Já os Sith foram inspirados em um dos piores regimes que a humanidade já criou… até agora.
Ambos erram o alvo. Não devemos ser insensíveis e desapegados, nem usar nossas emoções para ganhos pessoais e egoístas. Entendo que a raiz deste problema é o tipo de divindade que o Universo Star Wars possui – A Força. Uma divindade impessoal focada no equilíbrio e entre o bem e o mal, em vez de um Deus pessoal, focado no amor, na verdade e na bondade. Um que não faz concessões ao mal. (Mais sobre a Força em: Star Wars – o que é a força?).
Nós, cristãos, também temos um Código, mas um que vem de um Criador e Redentor pessoal e amoroso. Um que não nega ou prioriza nossas emoções. Um que equilibra todas as nossas ações por meio do amor de Deus:
“Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todo o seu entendimento e de todas as suas forças’. O segundo é este: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Não existe mandamento maior do que estes”.
Marcos 12:30,31