Loki
Uma história de redenção
A série começa com uma cena de Vingadores: Ultimato, em que os Vingadores viajaram de volta no tempo. Eles esbarram no Deus da Trapaça, Loki, quando ele ainda era o vilão que conhecemos há tantos anos. Loki aproveita um momento de distração dos Vingadores e foge usando o Tesseract, a joia do espaço. Mas a liberdade de Loki dura pouco, pois ele é rapidamente apreendido pela Autoridade de Variância Temporal – AVT.
Essa organização burocrática onipotente tem a tarefa de manter a Linha do Tempo Sagrada; e como a fuga de Loki viola essa linha, ele é considerado uma “variante” que precisa ser eliminada. No entanto, o agente da AVT, Mobius, vê uma oportunidade em Loki. Mobius está atrás de outra variante perigosa e ele precisa das habilidades de Loki para encontrá-la.
A série começou bem devagar e confusa, mas melhorou um pouco da metade pro final. Toda vez que uma narrativa resolve usar viagem no tempo, as coisas ficam confusas e os furos de roteiro são quase inevitáveis. Já foi assim em Vingadores: Ultimato e em Loki não foi diferente.
E eu também achei a representação dos poderes do nosso Loki muito confusa. Qual é o real nível de poder do personagem? Em um momento ele está impedindo um prédio de desmoronar e em outro está levando uma surra de humanos comuns. Oi?
A parceria Mobius – Loki, foi ótima, pena que eles não tiveram muito tempo de cena juntos. Já a parceria Sylvie – Loki não teve a mesma química, infelizmente. Talvez seja uma questão de carisma, Tom Hiddleston e Owen Wilson são tão carismáticos que comparativamente Sophia Di Martino não conseguiu acompanhar.
Vamos ver como os eventos do final dessa série vão afetar o MCU daqui pra frente.
Tudo o que Loki queria era pertencer. Ele sempre sentiu que algo estava errado e suas inseguranças foram agravadas quando ele descobriu que era adotado, e ainda por cima filho de um inimigo. Com essa descoberta, ele entrou em colapso, pensando que toda a sua vida era uma mentira. Especialmente seus laços familiares.
Então ele decidiu provar que era tão digno quanto seu irmão adotivo Thor, e em sua mente isso significava provar que ele era poderoso e digno de um trono. Isso porque esse era o Thor no início de sua jornada – um tolo orgulhoso. Mas Thor amadureceu e se tornou realmente digno – um herói com um grande coração. Só que Loki não percebeu a mudança e continuou ladeira abaixo em seu caminho de autodestruição.
Sua família, no entanto, nunca desistiu dele e, lentamente, ele foi trazido de volta à luz e começou a se libertar do seu eu orgulhoso e narcisista quando entendeu que realmente fazia parte de uma família, que era amado. Seu arco redentor chegou ao ponto de ele morrer para tentar salvar seu irmão e seu povo. Ele morreu dizendo orgulhosamente que era filho de Odin, fechando assim a sua história.
Mas Loki simplesmente não fica morto, não é mesmo? Ele teve uma segunda (terceira? quarta?) chance de viver. Em sua série ele precisa passar por todo esse amadurecimento em tempo recorde. Ver todas as consequências de suas ações se desdobrando diante de seus olhos e aprender com elas.
Sabendo de tudo isso, sua vilania começa a ceder mais uma vez. E um novo tipo de família, novos amigos que realmente se importam com ele, o fazem se sentir amado novamente. Então, Loki volta ao seu arco de redenção. Quando a primeira temporada termina, ele não está mais pensando em si mesmo, não quer mais ser rei e não tem pena de si mesmo pelo que Sylvie fez com ele. Ele só consegue pensar em consertar e salvar o mundo. E isso é um ato bastante heroico.
E por que amamos tanto esse personagem e sua história? Porque é uma história de redenção. E por que amamos tanto histórias de redenção? Porque essa é a nossa história também. Gostamos de histórias assim porque nos lembram que ainda há esperança para os maus e corrompidos. Esses ainda podem ser salvos de si mesmos e de sua situação.
Loki foi salvo por um fator externo; foi o amor de sua família e amigos que mudou a sua história. O mesmo acontece conosco, é um fator externo que muda nossas histórias também. É o amor de Deus por nós que muda nossos destinos.
A cena dos “Lokis” brigando e se traindo é bem reveladora. Você achou que os “Lokis” nessa cena eram patéticos? Eu também haha
Mas aí eu me toquei que somos tão patéticos quanto eles. Somos todos “Lokis”. Assim como eles, andamos em círculos em nossos pecados e falhas, e é assim que ficaríamos se Deus não interferisse e nos salvasse de nós mesmos.
E por fim, não sei o que vai acontecer com o personagem na próxima temporada, mas mesmo que Loki esteja no caminho certo agora, ele ainda tropeçará, revertendo de vez em quando aos seus velhos hábitos. O mesmo acontece conosco, Deus nos salvou, mas ainda estamos aqui vivendo nesse corpo corrupto. Vamos tropeçar também, mas sempre podemos nos arrepender e tentar novamente. Essa é a beleza da nossa salvação, estamos livres das amarras do pecado.
Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, porque por meio de Cristo Jesus a lei do Espírito de vida me libertou da lei do pecado e da morte.
Romanos 8.1,2
Quando entregamos nossas vidas a Cristo, obtemos a ajuda do Espírito Santo na nossa caminhada e podemos melhorar no nosso caminho de santificação e deixar nosso Pai orgulhoso: “O Senhor firma os passos de um homem, quando a conduta deste o agrada; ainda que tropece, não cairá, pois o Senhor o toma pela mão.” (Salmos 37.23)