Mulher Maravilha 1984
Cuidado com o que você deseja, pois você pode conseguir.
Resumindo a história, o filme leva Diana Prince, também conhecida como Mulher Maravilha, da Primeira Guerra Mundial até 1984, onde ela deve derrotar um vigarista que colocou as mãos em uma Pedra dos Sonhos mágica que realiza o maior desejo de uma pessoa. Mas isso tem um preço e, eventualmente, tudo se torna caos e destruição.
Então, eu achei os efeitos especiais e coreografias de lutas muito abaixo do esperado, a ponto de atrapalhar a minha experiência. Toda a cena da Mulher Maravilha no shopping (que parece o shopping de Stranger Things) parecia um filme dos Trapalhões – cringe define.
Com relação à Steve Trevor e a escolha de mantê-lo no corpo de outro homem. Gente, isso é praticamente um assassinato! Tira todo o peso da renúncia ao pedido, porque era o ÓBVIO a fazer. E ainda torna a Mulher Maravilha moralmente questionável. Se o roteiro tivesse feito o Steve voltar a vida magicamente (como todos os outros pedidos), a renúncia teria tido um peso muito maior, mais significativo. Do jeito que foi eu só conseguia pensar: Devolve logo o corpo do homem!
O sistema de pedidos aparentemente não tem regras e limites. Já que o mundo todo fez um pedido, o que acontece com pedidos antagônicos? Uma pessoa pediu a paz mundial e outra, a terceira guerra mundial? E se alguém pede o fim do planeta – um meteoro? E aí? Acontece o quê?
E o final foi fraco. Um discurso meia boca e todo mundo volta atrás no pedido? E se um paciente terminal pediu cura? Ou alguém pediu a paz mundial? Ou uma mãe pediu comida para seus filhos famintos? Eles voltariam atrás tão facilmente depois de meia dúzia de palavras de uma desconhecida? É irreal concluir que todos iam entender e aceitar o discurso da MM.
Enfim, fica a sensação de que não pensaram bem no roteiro antes de começar a gravar.
E quanto à moral da história? Dá pra extrair algo de bom desse filme?
Colocando de lado todas essas crateras de roteiro, conseguimos sim tirar algumas lições das 2:30h que gastamos assistindo esse filme:
Vou destacar 3 temas interessantes que encontrei:
O primeiro é a importância da verdade: Depois de tomar um atalho na competição de abertura, Antíope disse a uma jovem Diana: “Nenhum herói verdadeiro nasce de mentiras”. Mais tarde, Diana também avisa Max: “A verdade é importante e é linda.” Achei curioso esse tema ter sido abordado uma vez que a verdade tem sido cada vez mais relativizada hoje em dia. Substituída por opiniões e sentimentos.
Principalmente em relação à nossa fé. Cristo, nosso único caminho para salvação, é a verdade que o mundo mais deseja apagar. “Eu sou o caminho, A VERDADE e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Quando Diana diz que a verdade é importante e linda, ela não poderia ter dito algo mais inspirado e verdadeiro.
Você pode saber tudo o que há para saber sobre negócios, saúde ou ciência, mas se não souber e aceitar a verdade sobre Jesus e a salvação, então sua vida não terá sentido. “O que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder sua alma?” (Marcos 8.36)
O segundo tema é o sacrifício: No filme, a Pedra dos Desejos concedia magicamente a todos um grande desejo. Mas a gente precisa perguntar: será que esse é o caminho? Será que isso é bom?
Paulo diz em 1 Coríntios 10.23, “Tudo é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo é permitido”, mas nem tudo edifica.” Nossos desejos podem ferir outras pessoas. Na verdade, no filme, quanto mais desejos eram realizados, mais o mundo descia para o caos, morte e destruição. O coração do homem é corrupto e sua visão é absolutamente limitada. E é por isso que Deus não é um gênio da lâmpada ou pedra dos desejos, concedendo qualquer pedido, mas sim, em amor, dando a cada filho aquilo que ele realmente precisa e não o que deseja.
Todos tiveram seus pedidos realizados e o mundo tornou-se um caos. A única forma de restaurar o mundo era renunciando esse grande desejo. Era o sacrifício pessoal de cada um para o bem do próximo, para a restauração do mundo. Esse é um paralelo interessante de como a vida é. Muitas vezes, o sacrifício altruísta é necessário para o bem de todos. Diana modela isso sacrificando e renunciando seu amor. E Jesus viveu o ápice da renúncia e sacrifício quando morreu por nós pecadores.
E por último, temos o tema da unidade: o filme também fala sobre isso. Mais uma vez, Diana não menospreza Steve por ser homem, humano ou mais fraco. A opinião de Steve é importante pra ela e eles decidem tudo juntos, como uma unidade. O relacionamento entre Diana e Steve continua a ser um exemplo contra cultural de como um homem e uma mulher podem se unir e trabalhar juntos em harmonia.
Até de filme mais ou menos a gente consegue extrair algo de bom. Que a gente viva a verdade, unidos e sacrificando os nossos desejos pelo bem maior, o Reino de Deus.