O Homem nas Trevas
Como seria um mundo sem Deus?
Três jovens criam um plano aparentemente perfeito para assaltar casas. Quando escolhem o último alvo, um senhor cego e milionário, o jogo vira e se veem obrigados a lutar pela própria sobrevivência diante de um homem determinado a se vingar daqueles que o ameaçaram.
Esse é um filme de terror daqueles de home invasion (invasão de casa), mas com algumas reviravoltas. Você começa torcendo por um personagem, mas depois passa a torcer por outro quando a história se desenrola. Um filme bem tenso e violento (não é para todos os públicos).
A grande reviravolta do filme gira em torno da revelação de que o Cego mantinha em cativeiro a mulher que provocou a morte da sua filha em um acidente de carro. Ele a engravidou contra sua vontade e a encarcerou em seu porão por meses.
A certa altura, quando o Cego agarra a jovem Rocky e a atormenta, ela sussurra: “Por favor, Deus!” O Cego retruca: “Deus não existe. Que piada. Você me diz que Deus permitiria isso? Não há nada que o homem não possa fazer, uma vez que ele aceita que Deus não existe.”
Aqui, o Cego revela sua visão de mundo ateísta. Sua frase lembra aquela atribuída a Dostoiévski – “Se Deus não existe, tudo é permitido”.
Se Deus não existe, o homem e o universo estão inevitavelmente condenados à morte. O homem, como todos os organismos biológicos, vai morrer. Sua vida é apenas uma centelha na escuridão infinita, uma centelha que aparece, pisca e morre para sempre.
Se a vida termina no túmulo, não faz diferença se a pessoa viveu como Stalin ou como santo. Uma vez que o destino de alguém não está relacionado ao seu comportamento, você pode muito bem viver como quiser. Na verdade, seria “tolice” fazer qualquer outra coisa, pois a vida é muito curta para colocá-la em risco agindo por qualquer coisa que não seja puro interesse pessoal. O sacrifício por outra pessoa seria estúpido.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar. Se Deus não existe, então não há padrões objetivos de certo e errado. Nesse cenário, os valores morais são apenas expressões do gosto pessoal ou subprodutos da evolução e condicionamento sócio-biológico. Em um mundo sem Deus, quem pode dizer quais valores são certos e quais são errados? Quem pode julgar que os valores de Adolf Hitler são inferiores aos de um santo? É a opinião de um homem contra a opinião de outro homem.
O conceito de moralidade perde todo o significado. Em um mundo sem Deus, não pode haver certo e errado objetivos, apenas nossos julgamentos subjetivos, cultural e pessoalmente relativos. Isso significa que é impossível condenar a guerra, opressão ou crime como mal. Tampouco se pode elogiar a fraternidade, a igualdade e o amor como bons. Pois em um universo sem Deus, o bem e o mal não existem – existe apenas o simples fato da existência sem valor, e não há ninguém para dizer que você está certo e eu errado.
Você entende a gravidade das alternativas diante de nós? Pois se Deus existe, então há esperança para o homem. Mas se Deus não existe, então tudo o que nos resta é o desespero. Você entende por que a questão da existência de Deus é tão vital para o homem?
Mas se o ateísmo falha nesse aspecto, o que dizer do cristianismo bíblico? De acordo com a visão de mundo cristã, Deus existe e a vida do homem não termina na sepultura. No corpo ressuscitado, o homem pode desfrutar da vida eterna e da comunhão com Deus. O cristianismo bíblico, portanto, fornece as duas condições necessárias para uma vida significativa, valiosa e com propósito para o homem: Deus e a imortalidade. Por causa disso, podemos viver de forma consistente e feliz. Assim, o cristianismo bíblico tem sucesso exatamente onde o ateísmo fracassa.
Voltando ao nosso ponto de partida, homens como “o Cego” são o subproduto desse tipo de pensamento ateísta. Regimes totalitários, implacáveis (e ateus) do passado baseavam-se nas mesmas premissas desse personagem. Quando retiramos Deus da equação, tudo o que resta é desesperança e caos.
Como é maravilhoso saber que Deus, nossa bússola moral, não só existe como também nos ama e realmente deseja um relacionamento eterno conosco! Você já agradeceu a Deus hoje?
Obs. Esse Pitacos não é todo meu. Tive que pegar emprestado um pouco do cérebro de William Lane Craig para escrevê-lo. Adaptei parte de um texto dele: “O absurdo da vida sem Deus”