Senhor dos Anéis – O poder da provisão
A missão foi concluída! Sam e Frodo, sentados na montanha escura, foram tomados por uma alegria cansada. O Anel havia sido destruído, consumido pelas chamas das Fendas da Perdição.
Sam e Frodo não poderiam ter imaginado esse final. Apenas alguns dias antes eles estavam no sopé da Montanha da Perdição. Enfraquecido pelo fardo do Anel, Frodo teve que ser carregado parte do caminho. Mas Sam estava disposto, resoluto em sua tarefa de ficar com seu mestre até o fim, mesmo que isso significasse sua própria morte.
Mas Sam não morreu, nem Frodo. Momentos antes de chegarem ao fogo, duas coisas aconteceram. Primeiro, colocando o Anel em seu dedo, Frodo desapareceu diante dos olhos de Sam. O Anel parecia estar se defendendo. “Eu não vou fazer isso, o anel é meu!“, proclamou Frodo. O mal assumiu o controle do Portador do Anel na esperança de evitar sua própria ruína.
Em segundo lugar, Gollum ataca Sam violentamente, fazendo com que sua cabeça batesse no chão de pedra. Indefeso, Sam só pôde observar de longe enquanto Gollum atacava Frodo, inflamado pelo desejo de possuir seu “Precioso”. Com raiva enlouquecida, ele mordeu o dedo da mão de Frodo, readquirindo o anel. Mas enquanto Gollum comemorava, foi longe demais. Gollum pisa em falso e cai nas profundezas da perdição ainda agarrado firmemente ao seu Precioso.
Escravizado por seus poderes, Gollum serviu a um objetivo de forma não intencional.
Não era o final que Sam imaginava. Ele nunca previu que o fedorento e traiçoeiro Gollum desempenharia tal papel. Na verdade, Sam quase matou a criatura miserável. Mas “algo” o havia contido, como se o destino de Gollum estivesse casado com o seu. Como se viu, os dois destinos estavam mais ligados do que ele poderia saber.
“Se não fosse por ele, Sam, eu não poderia ter destruído o Anel“, disse Frodo. Assim como Gandalf havia profetizado, Gollum tinha um papel a desempenhar, o papel de instrumento inconsciente.
Nada nesse mundo ocorre que não esteja alinhado com os propósitos de Deus. Mesmo os esquemas distorcidos do mal podem se tornar ferramentas nas mãos da providência.
Deus é capaz de reunir todas as coisas para cumprir seus grandes propósitos. E um desses propósitos é o bem final daqueles a quem ele chamou para serem seus filhos.
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.” (Romanos 8.28) Esses propósitos também incluem usar as intenções dos ímpios para minar seus próprios objetivos e, ao mesmo tempo, cumprir os Dele.
“Os ímpios tramam contra os justos e rosnam contra eles; o Senhor, porém, ri dos ímpios, pois sabe que o dia deles está chegando. Os ímpios desembainham a espada e preparam o arco para abaterem o necessitado e o pobre, para matarem os que andam na retidão. Mas as suas espadas lhes atravessarão o coração, e os seus arcos serão quebrados.” (Salmos 37.12-15)
Seja a ganância de Gollum, os planos de Sauron ou os enganos de Satanás, tudo o que se opõe à vontade de Deus acabará por servir ao seu enredo. E algum dia, chamas semelhantes às que destruíram o Um Anel consumirão outra rebelião.
Mesmo o mal deve se dobrar aos propósitos de Deus.
Adaptado do livro “Finding God in The Lord of the Rings” de Kurt Bruner e Jim Ware