Pinóquio
Lidando com a morte.
Não é realmente uma surpresa que o “Pinóquio” de Guillermo del Toro seja diferente. Ele troca o cenário clássico da Itália de 1800 pela Itália de 1930 sob o domínio de Mussolini, tornando-o um conto de fadas mais sombrio.
Neste, Geppetto é um carpinteiro cujo filho Carlo morre na Primeira Guerra Mundial. Ele fica arrasado e começa a beber. Uma noite, em uma fúria movida a álcool, ele cria um menino de madeira como substituto de Carlo. A fada fica com pena e dá vida a Pinóquio. Ela também faz um acordo com Sebastian J. Cricket, um grilo que vivia na árvore da qual Pinóquio foi esculpido. Se Cricket conseguisse guiar Pinóquio a ser bom, ele ganharia um desejo.
Esse é o filme em stop-motion mais longo já produzido. A maneira como o fizeram é impressionante, dando uma aparência única que combina com a vibe mais sombria e intensa da história.
Com menos de 1/4 do orçamento do remake sem alma da Disney lançado no início do mesmo ano, Del Toro e companhia conseguiu criar uma versão de Pinóquio com bem mais personalidade, coração e alma.
O Pinóquio de Guillermo Del Toro é uma interpretação única de um clássico, é uma aventura divertida com uma animação deslumbrante que explora a morte e o luto de maneiras muitas vezes comoventes.
A dor e a morte são o tema central desta versão. Começamos com Gepetto perdendo seu filho, depois vemos Pinóquio morrer quatro vezes e, no final, Pinóquio sobrevive a todos os personagens que ele aprendeu a amar, o que torna o final do filme um pouco triste.
A Bíblia reconhece a morte — o abruto fim da vida e dos relacionamentos — como consequência e salário do pecado. Não é bom quando nosso amigo cristão ou membro da família morre. Mesmo que existam coisas boas após a morte, a morte em si é terrível. Ela é como um visitante indesejado que interrompeu a criação. Veio quando o pecado apareceu e roubou a vida. Então, não devemos esquecer que a morte é nossa inimiga.
Marta, Maria e seus amigos tinham todo o direito de chorar a morte de Lázaro (João 11:33). A Bíblia nunca diz que devemos ignorar a dor – não há problema na tristeza do luto. Também não devemos dizer aos nossos entes queridos para esconder ou reprimir esse sentimento.
No entanto, não devemos dar espaço apenas para a tristeza. Quando um cristão falece, também devemos encontrar motivos para comemorar. De fato, para um cristão, “o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 1:21). Quando um cristão deixa esta vida, ele se une a Cristo! Ele completou sua jornada, permaneceu fiel (2 Timóteo 4:7) e sua fé se tornou realidade (2 Coríntios 5:7).
Pense nas coisas incríveis que aguardam um cristão após sua morte. Ele será “cercado por Sua glória”. Nesse lugar, não haverá mais perda, tristeza, dor, desconforto ou arrependimento. Em vez disso, viveremos em felicidade e alegria, desfrutando da beleza e glória de nosso Salvador e Deus para sempre.
Quando um cristão morre, também é certo ficar feliz porque, como disse o apóstolo Paulo, ele está “em um lugar muito melhor” (Filipenses 1:23). Essas palavras devem ser o maior eufemismo de todos os tempos pois as maravilhas que nos esperam estão além da imaginação!
Então quando um irmão morre, não há problema se nos sentirmos tristes e felizes ao mesmo tempo. Ambas as emoções têm seu lugar. Estamos tristes pelo que perdemos, mas felizes pelo que ele ganhou.
Referência: www.thegospelcoalition.org/blogs/kevin-deyoung/christian-death-mourn-or-celebrate/