Raya e o Último Dragão
De onde vem a salvação?
Há muito tempo, no mundo de Kumandra, humanos e dragões viviam juntos em harmonia. Mas quando uma força maligna ameaçou a terra, os dragões se sacrificaram para salvar a humanidade. Agora, 500 anos depois, o mesmo mal voltou e cabe a uma guerreira solitária, Raya, rastrear o lendário último dragão para restaurar a terra despedaçada e seu povo dividido. No entanto, ao longo de sua jornada, ela aprenderá que será necessário mais do que um dragão para salvar o mundo – também será necessário confiança e trabalho em equipe.
O filme foi uma boa surpresa. É o primeiro filme de animação da Disney a apresentar personagens do sudeste asiático, mas sua força vem da familiaridade dos temas que trata. Eu gostei dessa mistura.
Raya, a nossa protagonista, vai passar pela nossa velha conhecida Jornada do Herói, fazendo inimigos e encontrando amigos na esperança de salvar seu pai e seu mundo, Kumandra. Mais um exemplo de como essa fórmula realmente funciona quando bem aplicada.
De resto, tem tudo o que a gente espera de uma animação da Disney: uma princesa, bichinhos fofos e/ou engraçados, personagens carismáticos, cenários bonitos e criativos e uma boa aventura pra acompanhar.
O principal antagonista do filme é algo chamado Druun, um monstro roxo. Ele é uma bela metáfora do mundo real. No meio do filme, um personagem diz que o monstro é “uma praga nascida da discórdia humana”. Ou seja, mais um lembrete de que encontramos o inimigo e ele é… a gente mesmo. Achei inusitado um desenho da Disney possuir uma ideia tão... cristã de corrupção humana e a necessidade de ajuda externa para resolver nosso problema. Saímos do “nós podemos tudo, basta acreditar em nós mesmos!”
Os Drunn são muito parecidos com o pecado. E o fato deles transformarem as pessoas em pedra me faz lembrar Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupas onde a vilã também conseguia transformar os seres em pedra.
Tanto em Nárnia quando aqui, as pessoas eram incapazes de se salvar e precisavam de ajuda externa e sobrenatural. Em Nárnia, essa ajuda era representada pelo leão Aslam, e aqui em Kumandra, são os dragões que fazem esse papel.
Assim é o ser humano. Caído e corrompido pelo pecado, não pode se salvar. É Deus que nos salva de nós mesmos. Sozinhos somos como os povos de Kumandra, divididos, corrompidos, ressentidos, egoístas e briguentos.
Somente quanto entregamos nossas vidas a Jesus, somos capazes de nos unir e sermos chamados de um só corpo. E somente com a liderança da “cabeça” – Jesus Cristo, esse corpo se torna saudável e funcional.
Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo. Dele todo o corpo, ajustado e unido pelo auxílio de todas as juntas, cresce e edifica-se a si mesmo em amor, na medida em que cada parte realiza a sua função.
Efésios 4.15,16