Senhor dos Anéis – Redenção
“Tudo está bem quando termina melhor!” O anel tinha sido destruído e o Condado se tornou um lugar melhor do que antes. Mas poucos notaram a retirada gradual de Frodo. Ninguém viu seu sofrimento silencioso, inconscientes de sua doença persistente.
Sam, apesar de seu trabalho e vida de recém-casado, percebeu e estava preocupado com seu mestre e amigo. Para piorar as coisas, Sam sentiu que seu mestre estava ficando cada vez mais distraído, como se estivesse se preparando para partir.
“Qual é o problema, Sr. Frodo?” disse Sam. “Estou ferido”, respondeu ele, “Ferido; nunca vai realmente sarar.”
Nesse dia, fazia dois anos que Frodo recebeu o terrível ferimento sob o Topo do Vento. Um novo ano chegou, e Frodo continuou a esconder sua dor com grande esforço. Até que um dia, entrando no escritório de Sam com um olhar definitivo, ele convidou seu companheiro para acompanhá-lo em outra jornada. Bilbo havia completado 131 anos, superando o Velho Túk, e os dois viajariam para comemorar com ele.
Agora estava claro para Sam o que estava acontecendo. Frodo estava se preparando para deixar a Terra-Média junto com outros Portadores do Anel.
Aproximando-se do local de sua separação, um Sam choroso diz: “Mas eu pensei que você iria desfrutar do Condado também, por anos e anos, depois de tudo que você fez.”
“Assim também pensei, uma vez. Mas fiquei muito ferido, Sam. Tentei salvar o Condado, e ele foi salvo, mas não para mim. Muitas vezes deve ser assim, Sam, quando as coisas estão em perigo: alguém tem que desistir delas, perdê-las, para que outros possam mantê-las.”
Um grande sacrifício era necessário para derrotar o mal. Frodo foi escolhido para carregar um fardo que nenhum outro poderia suportar. Embora Frodo fosse apenas um dos muitos que desistiram de algo pelo bem maior, nenhum deles sofreu um confronto direto com as trevas ou permaneceu tão fiel enquanto era atormentado pelo terrível e possessivo poder da maldade. Tal era o seu papel, perder para que outros pudessem ganhar.
A essência de todo ato heroico é o auto sacrifício. Do soldado se jogando em uma granada para proteger seus amigos a uma filha exausta que cuida 24 horas por dia de um pai doente, heróis são aqueles que desistem de alguma coisa por amor ao próximo.
De soldados invadindo as praias da Normandia para libertar a Europa da tirania a um hobbit assustado disposto a destruir o Um Anel, cada ato heroico é um reflexo do herói supremo da história, Jesus Cristo. Ele deixou a sua glória por uma razão: redimir você e eu do mal. Ele enfrentou a morte para dar vida, suportou a tristeza para restaurar a alegria, enfrentou o ódio para mostrar amor. Ele se humilhou até a morte na cruz para pagar pela nossa redenção. Jesus foi escolhido para um fardo que nenhum outro poderia suportar.
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3.16)
Redenção. Que palavra linda! O perdido, recuperado. O arruinado, restaurado. Os enfermos, curados. Os escravizados, libertados. O mal, vencido eternamente!
Um dia, o Rei legítimo mais uma vez se sentará no trono. Tudo será como deve ser. Em uma estranha reviravolta da providência, nossa alegria será maior por termos suportado a tristeza, transformando até mesmo as intenções do mal em um bem maior.
E quando esse dia chegar, a canção das canções culminará em um coro de redenção, uma redenção possível porque a história inclui um herói disposto a se sacrificar. Alguém que estava, nas palavras de Frodo, “disposto a desistir delas, perdê-las, para que outros possam mantê-las”.
O auto sacrifício é a essência de todo herói e o meio de redenção definitivo.
Adaptado do livro “Finding God in The Lord of the Rings” de Kurt Bruner e Jim Ware