Substitutos
Mundo real vs Mundo virtual
No ano de 2054, graças ao sistema Substitutos, as pessoas não precisam mais sair de casa para realizar qualquer tarefa. Basta que entrem em uma máquina e controlem através dela um androide com suas características físicas melhoradas. Assim, enquanto estes robôs fazem qualquer tarefa corriqueira, os humanos ficam em casa, os controlando.
Tudo parece ir bem até que dois destes androides são assassinados e, misteriosamente seus donos também aparecem mortos em casa. A partir deste, que foi o primeiro crime ocorrido desde que surgiu o sistema de Substitutos, o agente do FBI Tom Greer (Bruce Willis) passa a investigar o que pode ter acontecido. Logo, ele passa a ser alvo de atentados e precisa tomar uma atitude radical, desligar seu androide e voltar a enfrentar a vida real. Agora, Greer é o único humano em uma terra de androides, e ele terá de fazer de tudo para salvar este mundo.
Substitutos é uma adaptação da graphic novel de Robert Venditti e Brett Weldele. É uma ficção científica no estilo de filmes como Blade Runner, Minority Report e Eu-Robô.
Um filme que fala sobre como as tecnologias futuras podem afetar a vida humana e fornece alguns pontos de vista filosóficos sobre os quais vale a pena refletir.
Não é o melhor filme do gênero por aí, mas é divertido, tem um tema interessante e Bruce Willis é o protagonista. Se tem Bruce Willis, eu estou assistindo.
O interessante nesse filme é que ele não é uma previsão de algo que provavelmente acontecerá. Em vez disso, é uma metáfora para algo que já começou.
A televisão/cinema foi o primeiro passo nessa direção. O quanto da nossa percepção e impressão do mundo está baseado no que vemos através dessa tecnologia? Com a televisão, estamos 5% mais próximos da sociedade retratada em Substitutos.
Quando entramos em um fórum de discussão com um avatar que representa nossa impressão de nós mesmos ou possivelmente a impressão que desejamos projetar, somos 20% da sociedade retratada neste filme.
Quando jogamos online, ficamos ainda mais próximos dessa sociedade. Escolhemos um personagem que é, muitas vezes, diferente fisicamente e até moralmente de nós. Já existem preocupações com o vício desse tipo de jogo. Existem pessoas que já passam a maior parte de seus dias isoladas em seus quartos imersos nesses mundos virtuais. Elas costumam dizer que o mundo virtual faz mais sentido e é mais agradável do que o mundo real. E passamos horas naquela realidade paralela.
Mas embora nem todo mundo jogue online, quase todos estão imersos nas redes sociais. Muitas vezes, passamos mais tempo interagindo por meio dela do que lá fora no mundo real.
Estamos mais conectados do que nunca. Podemos compartilhar mais sobre nós mesmos e saber mais sobre os outros do que se pensava ser possível. Então, por que ainda nos sentimos solitários e insatisfeitos?
Porque nunca fomos feitos para nos relacionar apenas por meio de telas.
Em Gênesis 1:26a, Deus disse: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.”
Quando Deus decidiu criar a humanidade, ele usou a frase “nossa imagem” – “nosso” significando mais de um. Uma crença chave da fé cristã é a Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo existem como um. O próprio Deus é uma comunidade.
Veja bem, não sou contra o uso de TV, games ou mídia social. Agradeço pela tecnologia que me permite manter contato com amigos que moram longe. E como ela foi importante nesse sentido durante o período de isolamento social! Acho fantástico, também, como a tecnologia nos permite espalhar o Evangelho em formas e proporções nunca antes imaginadas.
Mas temos que entender que o mundo virtual, as mídias sociais, o WhatsApp, os jogos online, etc. nunca poderão substituir o mundo real. Aquele em que Deus nos colocou.
Não estou sugerindo que você desista de todos os seus canais de mídia social ou mensagens de texto. Talvez nem seja mais possível sair completamente do mundo virtual. O que estou pedindo é que você se lembre que foi criado para algo mais do que apenas a realidade virtual. Ela não pode e não deve substituir todas as suas interações reais com sua família, amigos e irmãos e irmãs em Cristo. O mundo virtual é uma ferramenta e não um fim em si mesmo. Que a gente tenha sabedoria no seu uso.