Top Gun: Maverick
Inspirando a próxima geração
Qualquer um que tenha visto “Top Gun” (1986) reconhecerá a sequência de abertura deste filme. Vemos aviões decolando do porta-aviões e técnicos altamente qualificados dando o sinal verde com a mão aos pilotos. Então ouvimos as notas de uma guitarra, que impulsiona o “hino” de Top Gun – Danger Zone do filme original. Nostalgia entra em cena.
Trinta anos após os eventos do primeiro filme, Pete “Maverick” Mitchell, de Tom Cruise, é convocado para a escola de voo Top Gun para treinar um grupo de elite de jovens pilotos para uma missão crítica e aparentemente impossível (a expertise de Tom Cruise).
A principal atração de um filme Top Gun é assistir a jatos de combate fazerem manobras sensacionais, e Top Gun: Maverick entendeu muito bem sua tarefa. As cenas aéreas são fenomenais. Dava pra sentir a vibração dos jatos nos assentos do cinema enquanto os motores a jato ganhavam vida.
Assim como Maverick, Cruise é conhecido por desafiar os limites. Desde o início, Cruise insistiu que essa sequência não deveria conter tela verde ou cenas em CGI. E foi uma experiência muito bem-vinda ver um filme de ação com mais cenas práticas do que CGI.
Mas este filme não é apenas sobre aviões. É uma aula de como fazer uma sequência do jeito certo. Ele se recusa a se desculpar por qualquer coisa que ocorreu no filme anterior, enquanto melhora o original. A música é uma mistura de bom gosto de retrô e moderno. O elenco é divertido e interessante de assistir. A história, embora não seja inovadora, é bem conduzida, já que o filme anterior não deixou muito espaço para uma sequência.
A única coisa estranha era a falta de informação sobre os inimigos. Quem eram eles? Onde foi essa missão? Até a nostalgia foi bem-feita. Serve ao enredo, em vez de se tornar o enredo. Top Gun Maverick tem uma história que vale a pena contar e toma as decisões certas ao contá-la. Saí do cinema satisfeita com a música tema tocando na minha cabeça.
A transição de Maverick de piloto hot shot para instrutor de voo fornece a principal tensão narrativa do filme. Ele é claramente melhor como piloto, mas luta para ensinar seus alunos. “Um piloto de caça é quem eu sou, não o que eu sou“, diz Maverick durante uma cena emocional com Iceman (Val Kilmer). “Mas como vou ensinar isso a eles?”
Ele finalmente percebe que não pode simplesmente dizer como; ele tem que mostrá-los. Ele estava ensinando e treinando com eles há dias, mas o moral está baixo e os alunos não conseguiam completar a missão simulada. Uma das melhores partes do filme é quando Maverick entra em um caça e mostra como se faz. Ele os inspira a alcançar mais do que pensavam ser possível por si mesmos, mostrando em vez de apenas falar.
Maverick recebe um papel proeminente e ativo na missão, o que parece contradizer o tema de inspirar a próxima geração, mas acredito que seja uma abordagem melhor e mais sábia. Haverá um tempo de luta lado a lado quando uma geração estiver passando o bastão para a próxima, ou deveria haver.
Um momento em que as duas gerações estarão juntas no campo de batalha, e os lutadores mais experientes mostrarão aos recém-chegados o que aprenderam ao longo dos anos. Isso me lembra o relacionamento do apóstolo Paulo e Timóteo: “… enviamos Timóteo, nosso irmão e colaborador de Deus no evangelho de Cristo, para fortalecê-los e dar a vocês ânimo na fé…” (1 Tessalonicenses 3.2).
A cena em que os pilotos jogam futebol na praia também reflete esse tema. Maverick está bem no meio da ação com os jovens pilotos no início. No entanto, ele eventualmente sai para se sentar à margem e observar enquanto os jovens pilotos jogam entre si.
Esse momento sutil serve como metáfora visual para uma igreja geracional, na qual os jovens valorizam a sabedoria das gerações mais velhas, os mais velhos confiam e abrem espaço para os jovens, e todos estão unidos na mesma missão – espalhar as Boas Novas do evangelho.