Senhor dos Anéis – Totalmente esquecidos
Uma coisa é ser pequeno, outra é ser completamente ignorado. Uma experiência frequente para Merry, Pippin e outros de sua espécie. Fora do Condado, as listas antigas não continham nenhuma referência a hobbits. Apesar de uma longa e fascinante história própria, os hobbits foram em grande parte ignorados pelos outros habitantes da Terra-média. Mas um dia tudo isso mudou.
Tudo começou quando Bilbo Bolseiro foi convocado para uma aventura por Gandalf, impulsionando-o e outros de sua raça para uma grande história. Tendo obtido o Um Anel, eles sabiam que a neutralidade não era mais possível. Os hobbits eram agora objetos de grande interesse, especialmente para o Senhor das Trevas de Mordor.
Apesar de serem pequenos e simples, os hobbits foram escolhidos para cumprir um grande propósito. Sua natureza inocente e benevolente era uma qualificação chave para a tarefa. Frodo e seus amigos foram chamados para uma aventura que não poderia ser realizada pelo uso força ou sabedoria. Exigia uma humildade que vencesse todo o fascínio da glória, fama e poder.
A controle de Frodo com o Anel o qualificou para ser seu portador. Como Faramir observou: “Fico maravilhado com você: mantê-lo escondido e não o usar. Você é um novo povo e um novo mundo para mim. Todos os seus parentes são do mesmo tipo? Sua terra deve ser um reino de paz e contentamento, e os jardineiros devem estar em alta honra.”
E assim, em uma maravilhosa ironia, a maior tarefa é dada às menores pessoas, e os sem nome são chamados para proteger os famosos.
Abraão era um nômade envelhecido sem esperança de ter filhos. Deus o escolheu para ser pai de uma grande nação. Moisés gaguejava quando ficava nervoso. Ele se tornou o instrumento de Deus para libertar milhões de pessoas e receber os Dez Mandamentos.
Davi era um garoto armado de estilingue cuidando de ovelhas. Deus o fez um matador de gigantes e um grande rei. Os doze discípulos eram um bando desorganizado. Mas Jesus os convidou a segui-lo e os usou para mudar o mundo.
Essa é uma das grandes inversões da fé cristã. Deus escolhe aqueles que menos esperamos para realizar suas tarefas mais importantes. Alguns, como nossos amigos hobbits, emergem da total obscuridade para a grande fama. Outros permanecem anônimos. Todos são usados de maneiras que nunca imaginaram ser possíveis. E aqui está o mistério: eles são escolhidos não apesar da fraqueza, mas por causa dela.
Você se lembra do que aconteceu quando Samuel foi à casa de Jessé para ungir o rei de Israel? Certo de que Deus queria usar o líder mais forte, Samuel escolheu o marcante Eliabe porque ele demonstrava as qualidades da realeza. Mas Deus disse: “Não considere a sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração”. (1 Samuel 16.7).
Então quem Deus escolhe? A quem ele chama para cumprir seus grandes propósitos? Ele chama os simples e os fracos. E capacita os escolhidos.
“Irmãos, pensem no que vocês eram quando foram chamados. Poucos eram sábios segundo os padrões humanos; poucos eram poderosos; poucos eram de nobre nascimento. Mas Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios, e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes. Ele escolheu as coisas insignificantes do mundo, as desprezadas e as que nada são, para reduzir a nada as que são, para que ninguém se vanglorie diante dele.” (1 Coríntios 1.26-29)
Deus muitas vezes usa aqueles que menos esperamos para realizar suas maiores obras.
Adaptado do livro “Finding God in The Lord of the Rings” de Kurt Bruner e Jim Ware