Trem-Bala
Podemos escolher nosso trajeto?
Ladybug (Joaninha), é um assassino que passou por momentos difíceis e está trabalhando com um terapeuta para reduzir o estresse em sua vida e ser mais positivo. E está tentando ativamente ser menos violento. Ele recebeu a missão de roubar uma maleta de um trem-bala. Mas nunca é tão simples. No trem, cinco assassinos disputam a mesma maleta e tudo que pode dar errado vai dar errado. Sem dúvida, Ladybug é um ímã de má sorte. O que o espera no final da linha?
O enredo é bem-humorado e os personagens são bem desenvolvidos. E Trem-Bala é, de fato, “crivado de balas”, está cheio de violência por todo o trajeto. Um conselho para os novos “passageiros” deste trem é que se acostumem a ver sangue.
Um aspecto interessante do filme é que Ladybug é um homem problemático, tanto por sua terrível sorte quanto pelo estresse de seu trabalho. Por causa disso, ele frequentemente menciona ir a um terapeuta e muitas vezes tenta aplicar seus conselhos em sua vida. Ele não mata pessoas ativamente – nem é ele quem dá o primeiro tiro e só recorre à violência em legítima defesa. Em vez disso, ele tenta trabalhar diplomaticamente com outras pessoas e acalmá-las de sua raiva, mesmo quando elas têm intenções assassinas. Ladybug até perdoa outro homem que atirou nele.
O tema que perpassa todo o filme é o destino. Alguns personagens querem abraçá-lo e outros querem controlá-lo. Mas o destino de fato existe? Temos escolha para agir?
O destino é geralmente pensado como um curso predeterminado de eventos além do controle humano que não pode ser alterado. O conceito dá controle a Deus, ou qualquer ser supremo que a pessoa adore. Por exemplo, os romanos e os gregos acreditavam que as Moiras (três deusas) teciam os destinos de todos os homens. Ninguém poderia mudar seu plano.
A Bíblia ensina que o homem foi criado com a capacidade de fazer escolhas morais e que ele é responsável por essas escolhas. A Queda do Homem não foi um evento predeterminado no qual Adão e Eva foram vítimas infelizes de um Deus “Mestre das Marionetes”. Pelo contrário, Adão e sua esposa tinham a capacidade de escolher a obediência ou a desobediência. Eles sabiam qual seria o resultado de sua decisão e foram responsabilizados (Gênesis 3).
Esse tema de sermos responsabilizados por nossas escolhas continua por toda a Escritura. “Quem semeia a injustiça colhe a maldade” (Provérbios 22:8a). “Todo trabalho árduo traz proveito, mas o só falar leva à pobreza.” (Provérbios 14:23). “Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá.” (Romanos 13:3).
Ao mesmo tempo, não somos os mestres soberanos de nossas vidas. Só Deus é soberano. Ele criou um universo moral no qual a lei de causa e efeito é uma realidade. Ele também tem um plano e está trabalhando nele. Esse plano, uma vez que pertence a Deus, é santo, sábio e benevolente.
A soberania de Deus também atinge nossas vidas individuais. Isso é ilustrado no chamado de Deus a Jeremias — antes mesmo de o profeta nascer. “A palavra do Senhor veio a mim, dizendo: ‘Antes de formá-lo no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações’. (Jeremias 1:4-5).
Em Atos 9, Jesus aparece a Saulo de Tarso com uma declaração interessante: “Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões” ou não adianta você se revoltar contra mim (versículo 5 – ACF). Jesus obviamente tinha um plano para Saulo, e Saulo estava (dolorosamente) resistindo a ele.
Mais tarde, Jesus diz a Saulo que um homem chamado Ananias viria visitá-lo — e então Jesus conta a Ananias (versículos 11-12)! Obviamente, Jesus também tinha um plano para Ananias. Agora, Ananias não queria visitar Saulo (versículo 13-14). Ele poderia ter sido como Jonas e corrido para o outro lado. Se essa tivesse sido sua escolha, Deus teria um “peixe” preparado para trazê-lo de volta. Felizmente, Ananias obedeceu (versículo 17).
Em resumo, a Bíblia ensina que Deus está no comando, mas ao mesmo tempo, somos responsabilizados pelas escolhas e pecados que cometemos.