Trilogia Indiana Jones
Reflexo da jornada espiritual cristã?
Em 1935, Indiana Jones chega à Índia, ainda parte do Império Britânico, e é solicitado a encontrar uma pedra mística. Ele então se depara com um culto secreto que praticava escravidão e sacrifícios humanos nas catacumbas de um antigo palácio.
Em 1936, Indy é contratado pelo governo dos Estados Unidos para encontrar a Arca da Aliança antes que os nazistas possam obter seus incríveis poderes.
Em 1938, depois que seu pai, o professor Henry Jones, desapareceu enquanto perseguia o Santo Graal, Indy (ou Junior hehe) enfrenta os nazistas novamente para impedi-los de obter seus poderes.
Três filmes, três clássicos! Um monte de cenas icônicas que inspiram outros filmes até hoje. E a incrível trilha sonora de John Willians. Quem não lembra da música tema? Tantantantannnn tan tan tan
Indiana Jones tem tudo que você poderia desejar em um filme: ação, suspense, comédia, drama, locais espetaculares, cinematografia excelente e por aí vai. O meu favorito é A última cruzada. E sim, estou ignorando solenemente O Reino da Caveira de Cristal.
É possível que uma trilogia popular como Indiana Jones apresente uma analogia da jornada espiritual cristã? Sei que existe um risco de interpretar demais um filme, mas será que não podemos extrair algo mais dessa trilogia?
A ideia é a seguinte: A jornada de Indy ao longo da trilogia reflete a nossa jornada espiritual.
Vamos começar com o Templo da Perdição – que é a primeira aventura na ordem cronológica. Neste filme, Jones está tentando recuperar uma pedra mágica. No início do filme, a protagonista Willie pergunta ao imaturo Indy porque ele está nessa busca e ele responde: “Fortuna e glória, querida. Fortuna e glória.” Então, no primeiro filme a principal preocupação de Indy é o… Indy. Esse filme tem um ar mais sombrio e violento, mas quer os cineastas pretendessem ou não, a sede de sangue e o terror sombrio são um reflexo adequado de um mundo sem Deus.
No segundo filme, Caçadores da Arca Perdida, saímos do paganismo para o Judaísmo. E agora, Indy não está apenas perseguindo um artefato judeu, mas também está envolvido em uma batalha moral contra o mal – o Nazismo. A fortuna e glória se junta a um propósito mais virtuoso. Ecoando a história do Antigo Testamento, Indy desce ao Egito, luta com as forças do mal e, finalmente, encontra o poder do Deus de Abraão, Isaque e Jacó.
A Última Cruzada leva o enredo para o território cristão. O filme ecoa com simbolismo e temas cristãos. A cruz ou “X” sempre marca o local e Indy percebe que sua busca é sobre a vida eterna e reconciliação com o pai, não sobre “fortuna e glória”. De um aventureiro imaturo a um herói, Indy continua sua cruzada pessoal. O clímax do filme acontece quando seu pai é baleado e o vilão Donovan diz: “É hora de se perguntar em que você acredita, Dr. Jones.”
Para salvar a vida de seu pai, Jones precisou enfrentar três testes, que são as marcas da jornada cristã. Ele deve ser penitente, ouvir a palavra de Deus e dar o passo de fé. Conforme ele aprende a se ajoelhar, ouvir a Palavra de Deus e dar o passo da fé, ele também recebe a sabedoria para “escolher sabiamente” quando apresentado às possíveis taças do Graal. Ele escolhe a taça da salvação, enquanto o vilão escolhe a taça da morte, lembrando aos telespectadores que beber do “cálice” errado é beber condenação sobre si mesmo.
Não acredito que o que descrevi aqui tenha sido roteirizado de forma intencional. Mas, em vez de descartar essa teoria como pura imaginação, podemos refletir sobre as misteriosas interações da criatividade com a Verdade. Estariam os temas religiosos universais infiltrados no subconsciente dos roteiristas e contadores de histórias?
Quem duvida dessa teoria teológica de Indiana Jones diria: “Estas são apenas boas histórias”. Ao que a gente pode responder: “Sim, e elas provam que toda boa história reflete a Verdadeira História”.