Yennefer – The Witcher
Preenchendo o vazio da alma
Yennefer de Vengerberg é um dos personagens principais da adaptação da Netflix de “The Witcher”. Sua origem é explorada com mais detalhes na 1ª temporada.
Nascer corcunda é uma experiência formativa para Yennefer. Ela sofreu abuso quando criança por causa de sua deformidade. Ela foi maltratada, não apenas por sua família, mas pelos moradores locais.
Yennefer foi vendida para Tissaia por seu pai. Envergonhado por sua deformidade, ele não a reivindica como filha e não pensa duas vezes em mandá-la embora. Tissaia leva Yennefer para Aretuza para ser treinada como maga.
Ser vendida para Aretuza enfatiza o pouco controle que Yennefer tem. Ela é tratada como uma posse, vendida por menos do que o preço de um porco. Ela é humilhada e a negam amor. Essa faceta da história de Yennefer enfatiza a impotência de Yennefer no início de sua vida.
As pessoas podem ser cruéis, especialmente com aqueles que parecem diferentes, e essa crueldade pode ter um efeito duradouro sobre os que sofrem o abuso. Por causa desse tratamento, Yennefer cresce cobiçando beleza e poder, como se isso fosse resolver todos os seus problemas e inseguranças.
Apesar de Tissaia ser dura com Yennefer, ela passa a admirar Tissaia, querendo agradá-la e até olhando para Tissaia como uma figura materna. Vemos esse tema se repetir com outros personagens da série, muitos dos quais anseiam por uma família e um senso de pertencimento. Yennefer, como Geralt e Ciri, está sozinha no mundo, abençoada e amaldiçoada pelo seu poder mágico.
Yennefer literalmente troca seu útero por uma transformação mágica que elimina sua corcunda e a deixa linda. É uma cena horrível quando testemunhamos o quão focada Yennefer se tornou em sua busca por poder e beleza. Ela faz qualquer coisa para atingir esses objetivos, até mesmo desistir da possibilidade de ter filhos.
Depois de décadas servindo como conselheira real de Demavend de Aedirn, Yennefer deixa seu cargo depois que o rei envia um feiticeiro assassino para matar a jovem rainha sob a proteção de Yennefer. Essa rainha deu a Demavend mais uma menina, mas o rei deseja um herdeiro homem. Depois que a rainha e a criança morrem, Yennefer precisa confrontar sua realidade e reconhecer seu arrependimento pela troca que fez por poder e beleza. Ela tinha ambos há anos, mas ainda se sentia vazia e solitária.
Após essa experiência, Yennefer assume o controle de sua própria vida, estabelecendo-se como maga freelancer. Agora Yennefer dedica seu tempo a encontrar uma cura para sua infertilidade. Seu único foco é tornar-se mãe como se um filho fosse finalmente dar sentido à sua vida.
Geralt e Yennefer se conhecem por causa de um djinn – um gênio da lâmpada. O djinn fere Jaskier, e Yennefer é a curandeira para quem Geralt o traz. Yennefer concorda em ajudar Jaskier porque ela tem como objetivo capturar o djinn e forçá-lo a curar sua infertilidade. Apesar de ser enganado, Geralt não quer que Yennefer seja ferida.
Yennefer suspeita que Geralt usou seu último desejo para vincular seus destinos. Sua crença de que seus sentimentos por Geralt não são reais e são apenas uma ilusão mágica atinge Yennefer com muita força. Yennefer anseia por algo real e deseja uma família verdadeira. Este é o estado mental que ela traz consigo para o Conclave dos Magos em Aretuza e para a Batalha de Sodden Hill.
A Batalha de Sodden Hill é a peça central do final da primeira temporada. Yennefer extrai energia dos incêndios que o exército de Nilfgaard ateou, usando esse fogo para alimentar seu ataque brutal ao inimigo. Após a batalha, Yennefer perde o acesso ao caos (magia) e só o recupera quando decide se sacrificar para salvar outra pessoa – Ciri.
No final da segunda temporada, Geralt pede a Yennefer para treinar Ciri depois de saber que Ciri é uma Fonte (de magia). Yennefer é a única maga poderosa o suficiente para treinar Ciri. O resto desta história ainda não sabemos.
Mas, pelos livros, sabemos que depois de treinarem juntas, Yennefer e Ciri desenvolverão um vínculo mãe-filha. Yennefer atua como uma figura materna para Ciri, dando às duas mulheres algo de que precisam.
Todos os três personagens, Geralt, Yennefer e Ciri, são órfãos à sua maneira. São três pessoas excepcionais que temem ser monstros. E embora tenham passado a maior parte do tempo sozinhos no mundo, eles se reúnem em uma unidade familiar, encontrando solidariedade e segurança juntos.
The Witcher é uma fantasia, então esse arranjo familiar satisfaz a maioria das necessidades e sonhos desses personagens. Mas a realidade é diferente. Mesmo que formar uma família seja algo incrivelmente valioso – um presente que Deus nos deu – ela não pode satisfazer as necessidades de nossa alma. Tornar-se mãe ou fazer parte de uma família amorosa e atenciosa não substitui a importância que Deus tem em nossas vidas. Sem Ele, nunca seremos verdadeiramente completos, realizados e satisfeitos.
Então, lute por sua família, mas nunca esqueça de quem realmente é o Senhor da sua vida e do seu coração. Afinal, sem Ele, nenhuma família jamais estará completa.