Moonfall
De onde NÃO viemos
Em Moonfall, uma força misteriosa tira a Lua de sua órbita e a coloca em rota de colisão com a Terra. Com apenas algumas semanas antes do impacto e o mundo à beira da aniquilação, a executiva da NASA e ex-astronauta Jo Fowler está convencida de que ela tem a solução para salvar o planeta – mas apenas um astronauta de seu passado, Brian Harper e um teórico da conspiração K.C. Houseman acreditam nela. Esses heróis improváveis montarão uma missão impossível de última hora no espaço, abandonando todos que amam, apenas para descobrir que as coisas não são o que parecem.
Eu gosto bastante de filmes de ficção científica. Armageddon foi divertido, por exemplo. Mas mesmo filmes pipoca voltados para a ação e destruição devem fazer um mínimo de sentido. Não é o caso aqui. O que temos? Trama, roteiro e diálogos ruins. A história tem mais buracos do que a própria lua. E o divórcio está em toda parte, os casais simplesmente não podem mais ter um casamento normal em Hollywood.
As apresentações dos personagens e a configuração dos conflitos emocionais que esses personagens estão enfrentando são interessantes. Mas os escritores não fazem NADA com esses conflitos depois de estabelecidos. Ninguém aprende nada; ninguém realmente supera ou muda nada.
Um filme ruim, MAS traz um tema interessante para discutirmos (spoilers a partir desse ponto):
Moonfall apresenta um estranho inimigo: a lua. Ao que tudo indica ela está se deslocando de sua rota e se aproximando da órbita da terra, o que resultaria num verdadeiro Apocalipse. Mais à frente somos apresentados a ideia de que a lua na verdade é uma construção alienígena e que há dentro dela uma inteligência artificial decidida a exterminar a vida humana.
O filme mistura muita pseudociência a respeito do início da vida na terra e o início do universo. Já faz tempo que o modelo newtoniano sobre o início do universo está ultrapassado. Nesse modelo o universo não teve início, ele é eterno. Graças a Deus, a teoria de relatividade nos mostrou que o universo não é eterno. Ele teve um início e está em constante “crescimento”. Isso significa que todos os objetos universais estão se distanciando à medida que o tecido do espaço se expande. Olhando para o passado vemos o efeito inverso com o cosmos se contraindo até que espaço e tempos se fundem. Vamos além disso, vamos até o momento que o tempo deixe de existir. O que sobra? O que há antes do tempo e do espaço?
Os céticos dirão que no princípio não havia nada e que do nada tudo que existe se fez. Outros, para escapar do “pai nada” dirão que existem inteligências superiores, raças superdesenvolvidas, que criaram o universo e a vida na terra. Para eles não há problema em negar a lógica ou dar saltos de fé rumo ao nada, salvo quando isso esbarra em Deus. O metafísico os assusta. Assumir que Deus criou tudo, para eles, é insano, ao passo que dizer que o nada criou o Universo é ciência. Para eles, crer num pressuposto metafísico criador é ficção ao passo que crer em E.Ts. é plausível.
É claro que estamos apenas falando de um filme, mas ele expressa muito bem o pensamento naturalista de que, exceto Deus, qualquer resposta serve, por mais surreal que ela seja.
No final das contas é preciso ter mais fé para ser ateu do cristão.