Harry Potter 7-8
HP e as Relíquias da Morte – Parte 1 e 2
No sétimo e oitavo filme dessa série, encontramos nosso herói Harry e seus dois melhores amigos Hermione Granger e Ron Weasley lidando com a morte do Professor Dumbledore.
Harry, Ron e Hermione precisam encontrar e destruir sete horcruxes que dão poder a Voldemort. Mas, Lord Voldemort assumiu o Ministério da Magia e agora está à caça de Harry.
Somente destruindo os horcruxes, Harry será capaz de derrotar o poderoso Lorde das Trevas. Harry e seus amigos descobrem um mistério após o outro, enquanto constantemente fogem de todos os tipos de perigos, até que sua busca os leva de volta a Hogwards e a batalha final começa.
A qualidade desses dois filmes está no mesmo nível dos filmes anteriores da série. Parece que os atores principais ficam melhores a cada filme. O elenco de apoio é incomparável, liderado pelo excelente Ralph Fiennes como Voldemort. Voldemort é um personagem de um mal tão profundo que você sente sua presença espreitando em cada momento dos filmes.
Harry se vê oprimido, no início do filme, pela morte de seus entes queridos. Ele tenta fugir na calada da noite, mas é abordado por Ron, que revela que a batalha não é sobre Harry, mas sobre impedir Voldemort de reestruturar a comunidade à sua própria imagem, e mais tarde subjugar os Trouxas (gente não mágica: nós) sob seu regime tirânico.
Harry Potter e seus amigos entendem que o amor é a maior magia (uma reminiscência da Magia Profunda de Nárnia) e que o conceito (cristão) de sacrifício é sagrado e triste ao mesmo tempo. Harry Potter é um personagem em amadurecimento que foi cercado por pessoas que o amaram o suficiente para morrer em seu lugar: sua mãe, seu padrinho, seu mentor e, neste último episódio, seu servo.
Então, Harry enfrenta sua própria espécie de martírio, no qual ele também deve se tornar uma “figura de Cristo” para seus amigos. Harry voluntariamente dá sua vida, sem ódio ou medo. Ele conhece seu destino e o aceita bravamente. Quando seus amigos se oferecem para ir com ele, ele recusa e diz a eles que, dessa vez, ele tem que ir sozinho. Gosto de imaginar que se Harry Potter (o personagem) conhecesse Jesus, ele O amaria, porque no seu universo, aos poucos ele está se tornando mais parecido com Jesus.
A maioria dos alunos e professores de Hogwarts ajuda Harry, Ron e Hermione a lutar contra os Comensais da Morte (os vilões), embora saibam que estão em menor número e provavelmente estarão mortos pela manhã. Além disso, em um momento da história, Neville é tentado por Voldemort a se juntar a ele e viver, mas ele se recusa e está determinado a não cair sem lutar.
Com tudo isso a gente lembra de João 15:13: “Ninguém tem maior amor do que este de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”. Uma boa parte dos personagens passa a maior parte do filme fazendo exatamente isso.
Mas, talvez a melhor demonstração do bem prevalecendo sobre o mal é descobrir que Severus Snape, embora considerado um vilão odioso quase a série inteira, fez tudo ao seu alcance para proteger Harry e, no final, deu sua vida por ele. Pra mim Snape é disparado o personagem mais interessante da série. Muito em razão da excelente performance de Alan Rickman (que eu já apreciava desde a época de Hans Gruber em Duro de Matar)
Fazia muito tempo que não via esses filmes. Assistindo agora, depois de tanto tempo, eu me peguei valorizando ainda mais o personagem. Deve ser o “Efeito Lula Molusco”: quanto mais velho você fica menos você se identifica com o Bob Esponja e mais com o Lula Molusco haha
Snape não era nem de longe perfeito, ele lutava com uma dualidade. Por um lado, nutria com força um ressentimento pelo pai de Harry. Pelo bullying que sofreu quando jovem. Por outro lado, nutria um amor puro e genuíno pela mãe de Harry. Pela forma carinhosa como ela o tratava e enxergava. No final, o amor venceu o ressentimento e Snape dedicou o resto de sua vida a cuidar de Harry e até a ensiná-lo, do seu jeito “carinhoso”, a não ser levado pelo orgulho. Esse cuidado exigiu tudo dele, o respeito de seus pares, decisões absolutamente difíceis, e no final, a sua vida. O momento que a verdade sobre Snape é revelada é o ponto mais alto da saga na minha humilde opinião.
Estamos então fechando nossa série de textos sobre Harry Potter. Eu sei que muitos pensam que assistir essa série é pecado, mas eu pessoalmente escolhi ver além da “magia” e apreciar os temas de amizade, sacrifício e paralelos bíblicos que podem ser encontrados na história de Harry Potter.
Os personagens bons, aqueles que são recompensados no final, são corajosos, leais e cheios de vitudes. Eles apoiam seus amigos, protegem suas famílias e fazem o que é certo em vez do que é fácil ou conveniente. Na verdade, uma das críticas comuns aos filmes (e livros) é que a sua moralidade é MUITO preta e branca – os personagens são obviamente bons ou muito maus. Mas é assim que deve ser quando você escreve para crianças. Enfim, não são os meus filmes favoritos, mas podemos extrair muitas lições positivas e negativas dessa série.